O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Na safra 2022/23, a estimativa é de 572.874,9 mil toneladas colhidas, um número que vem sofrendo queda nos dois últimos ciclos, como reflexo dos desafios ambientais que produtores vêm enfrentando. As mudanças climáticas representam dificuldades de planejamento e, por vezes, favorecem o surgimento de pragas, que danificam as plantas e geram consequências na indústria sucroenergética, afinal, não apenas a produtividade da cana é importante na produção industrial, mas também seu potencial energético, diretamente relacionado ao teor de sacarose e celulose.

Com tamanho potencial para produzir cana, o país se coloca como o maior fabricante de etanol do mundo, algo muito significativo em tempos em que o combustível renovável tem importância excepcional. Além disso, a cana-de-açúcar é um produto muito versátil, pois a indústria aproveita todos os componentes da planta, fabricando:

  • para o setor de alimentos (açúcar, caldo de cana, cachaça etc);
  • para o setor de cosméticos (fragrâncias);
  • subprodutos diversos, como lubrificantes, detergentes e tintas;
  • além dos usos do bagaço, que envolve produção de fibras, estruturas, adubo, bioplástico e até mesmo energia elétrica. 

No vídeo a seguir, é possível compreender a abrangência da cultura, que justifica a busca por alta produtividade de cana a cada safra:

 

Em se tratando de produtividade, o controle de pragas da cana é um assunto que nunca se esgota, considerando que se verifica um aumento populacional de ameaças como a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), cujo surgimento é favorecido pelo clima quente e úmido. Assim, explorar as possibilidades de manejo de pragas na cultura da cana é uma tarefa contínua e, felizmente, facilitada pelo desenvolvimento de novas soluções e estratégias de manejo integrado.

A relação entre manejo de pragas e produtividade da cana

Para introduzir este tema, é importante frisar que a busca por aumento do volume de produção de cana-de-açúcar não se trata simplesmente do lucro dos principais agentes do agronegócio. Com a amplitude de aplicação da cana no mercado, o desempenho do setor impacta diretamente a vida da população a nível mundial.

Os bioprodutos advindos dos canaviais significam a possibilidade de uma produção sustentável em diversos setores, com menor emissão de GEE (gases de efeito estufa), o que é primordial para a agricultura, mas, especialmente, para o futuro das sociedades.

Por que aumentar a produção de cana é tão importante?

Estima-se que a população mundial vai crescer 40% até 2050. Isso significa que a necessidade de alimentos vai aumentar, sem contar a expectativa de dobrar a demanda por energia. Nesse contexto, a produção de CO2 pode aumentar em até 80%, caso não haja processos produtivos otimizados por meio de soluções sustentáveis.

A cana-de-açúcar é uma matriz de energia limpa, pois oferece sacarose e celulose. Por um lado, o etanol evita cerca de 90%  do GEE gerado pela gasolina. De fato, em 40 anos, o Brasil conseguiu substituir mais de 50% da necessidade de gasolina por etanol de cana, somente no Estado de São Paulo, principal produtor e consumidor desse biocombustível, a gasolina foi substituída por etanol em 64%.

Há também em vista o desenvolvimento de etanol celulósico, que é ainda mais limpo. Com uso de biotecnologia, é possível produzir o dobro de biocombustível em uma mesma área, uma capacidade para substituir significativa parcela da demanda global de combustíveis, diminuindo o uso do petróleo.

Por outro lado, o bagaço de cana queimado em caldeiras produz energia elétrica. As usinas têm potencial para ser 100% autossuficientes e ainda gerar energia renovável para abastecer uma porcentagem significativa da demanda de eletricidade do país.

Além disso, o setor avança em economia: gera mais de R$ 40 bilhões  anualmente e milhares de empregos. Considerando ainda o potencial produtivo do Brasil, é seguro afirmar que a produção de cana no país é peça fundamental para suprir as demandas frente ao aumento populacional sem agredir o meio ambiente.

Quais os desafios para a produtividade da cana no Brasil?

O clima tropical característico de grande parte das regiões do Brasil possibilita uma atividade agrícola com números impressionantes. Ainda assim, o alcance de bons resultados nas lavouras depende de muitas outras variáveis. Um dos desafios que os produtores têm enfrentado são as variações climáticas, que mostraram sua força nas últimas safras, como resultado do efeito estufa e do aquecimento global.

As condições ambientais nas principais regiões produtoras brasileiras também favorecem as pragas da cana, exigindo grande esforço para se obter eficiência de controle. Dados da FAO/OCDE indicam que, sem as práticas de proteção de cultivos, as perdas nas lavouras poderiam ser entre 50 e 80% da produção. 

 

Sobre a relação entre a geografia brasileira e os desafios da agricultura, Giorla Moraes faz uma análise importante de se ter em vista no vídeo “Brasil: em se plantando, tudo dá?”:

 

Diante da importância da cana-de-açúcar, é preciso atenção a esses desafios, especialmente no que diz respeito ao combate às pragas, cuja população vem crescendo por conta do clima, do aumento de área plantada e do fim das queimadas para colheita, medida importante para garantir a preservação ambiental, mas que exige estratégias alternativas para o manejo de pragas da cana.

O grande desafio: manejo de pragas da cana

Na produção canavieira, a incidência de broca-da-cana é uma das grandes preocupações, pois a praga provoca danos que impactam diretamente a agricultura e, indiretamente, a indústria. Estima-se que cada 1% de infestação da broca-da-cana pode levar a perda de 0,8 toneladas por hectare. Isso é uma grande ameaça para os objetivos de produzir mais alimentos, energia limpa e biocombustíveis.

Diante disso, o manejo da broca, com eficiência e precisão, deve ser foco de todo produtor em qualquer região do país, visto que a praga está amplamente distribuída em todas as regiões sucroalcooleiras do Brasil.

Sobre a broca-da-cana (Diatraea saccharalis)

broca

Nas lavouras, as mariposas ovipositam nas folhas da cana. Quando eclodem, os ovos dão vida às lagartas conhecidas como broca-da-cana, que descem para a região do colmo, onde ficam de 7 a 10 dias, momento ideal para fazer o controle da praga.

As brocas fazem galerias dentro do colmo, prejudicando o desenvolvimento da planta. Sua atividade resulta nos seguintes danos:

  • quebra dos colmos;
  • brotações laterais;
  • enraizamento aéreo;
  • morte da gema apical, causando coração morto em plantas pequenas.

Além disso, os orifícios abertos pela broca-da-cana facilitam a entrada de patógenos e, consequentemente, a incidência de doenças, causando podridão e diminuindo o nível de açúcar da planta. Os danos diretos na área agrícola significam ao produtor prejuízos entre R$ 90 a R$ 100 por hectare para cada índice de infestação. Os danos indiretos na área industrial vão de R$ 110 a R$ 130 reais por hectare.[1] 

A gravidade dessa praga leva à crescente necessidade de um manejo assertivo, que a controle antes de ser capaz de gerar danos, por meio de produtos seletivos aos seus inimigos naturais, de maneira a criar uma estratégia de MIP (Manejo Integrado de Pragas) que beneficie a produção com o manejo biológico.

Como manejar com eficiência a broca-da-cana

O manejo químico da broca-da-cana precisa ter em vista dois fatores principais: formulações que impeçam os mecanismos de resistência da praga aos inseticidas e sejam altamente seletivas a outros insetos que ameaçam a praga e servem para o controle biológico, como a vespa Cotesia flavipes.

Além disso, a solução precisa apresentar uma ação rápida, para que o controle da broca aconteça antes que penetre os colmos e cause danos nas plantas, evitando qualquer prejuízo financeiro ao produtor e toda possibilidade de queda de qualidade do canavial, a fim de não interferir também no processamento nas usinas.

Fechando as portas para a broca-da-cana

As características necessárias para um manejo eficiente da broca-da-cana podem ser encontradas em Ampligo®, um inseticida que oferece controle superior e seletivo, fechando as portas para a praga.

A eficiência de  Ampligo® contra a broca é verificada por conta de sua formulação baseada em dois ativos inseticidas. As moléculas apresentam dois modos de ação diferentes, de maneira que o produto age na praga por contato e por ingestão. Essa composição tem especial superioridade contra a broca devido aos seguintes fatores:

  • apresenta maior rapidez de controle e efeito residual;
  • controla a praga em diferentes ínstares (eficiente tanto nas brocas pequenas quanto nas maiores);
  • evita os mecanismos de resistência da praga aos inseticidas.

Ampligo® tem rápida ação de choque e atuação por mais tempo, controlando a broca antes que penetre no colmo. Estudos demonstraram resultados superiores em uma hora após a aplicação em brocas pequenas. Quando a praga está mais desenvolvida, verificou-se o efeito de choque percebido em 30 minutos, com resultados efetivos percebidos em duas horas e controle total em 24 h.

Ampligo®: a melhor opção para o Manejo Integrado de Pragas na cana

O grande diferencial desse produto é sua formulação altamente seletiva aos inimigos naturais da broca, algo comprovado por universidades, empresas e produtores que usam o inseticida há anos em conjunto com o controle biológico na cana-de-açúcar. Assim, Ampligo® atua com a Cotesia flavipes no controle de pragas da cana, potencializando o manejo integrado.

O produto ainda oferece ao produtor o benefício da flexibilidade: são dois modos de ação, sem precisar aumentar a dose de aplicação, e é o único com diamida que pode ser aplicado duas vezes no mesmo ciclo da cultura.[1] 

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Monitoramento: descubra o momento e a dose certas para o controle da broca

Ampligo® é flexível também quanto à dosagem, que deve ser definida com base na verificação do nível de pressão da praga no cultivo. A quantidade de aplicações e de produto dosado em cada uma depende, assim, de resultados obtidos por meio do monitoramento da área.

O monitoramento das lavouras é uma operação fundamental para compreender quais as possibilidades de manejo de pragas que obterão sucesso na proteção da produtividade da cana, fundamentando o planejamento de aplicação de herbicida em dados que demonstram a realidade da infestação.

O monitoramento manual é mais comum entre os produtores. O processo compreende a coleta de colmos e contagem dos entrenós danificados pela broca-da-cana. Com isso, é possível calcular a intensidade de infestação e definir a necessidade de controle. Outra opção ainda é o uso de armadilhas à base de feromônio, para analisar a quantidade de machos adultos e a presença de ovos da broca-da-cana. Nesse caso, a avaliação deve ser feita cerca de quatro dias após a instalação das armadilhas.

Tais procedimentos apresentam alguma eficiência, apesar de haver grande possibilidade de variação da coleta em relação ao contexto real da população da praga. Ou seja, o monitoramento manual pode pecar em relação à precisão, além de exigir tempo e mão de obra extensivos, que podem significar alto custo ao produtor e pouca agilidade para uma tomada de decisão rápida.

Assim, tecnologias que oferecem monitoramento digital têm conquistado a confiança dos canavicultores, por oferecer mais agilidade, praticidade e rigor na coleta dos dados que sistematizam o controle da broca-da-cana.

Caminhos para o monitoramento digital do canavial

A Syngenta Digital oferece ferramentas de agricultura de precisão, que facilitam essa tomada de decisão, apoiando o produtor com dados precisos de monitoramento automatizado. Um software de destaque, por apresentar alto desempenho no monitoramento de lavouras de cana-de-açúcar, é o Cropwise Protector, que usa tecnologia de georreferenciamento para coletar dados.

Entre outras funções, a tecnologia mapeia e oferece índices de infestação de pragas, indicando ao produtor os locais que apresentam riscos para a produção, o momento ideal para intervir com a aplicação de inseticida e a dose necessária para um resultado eficiente contra a praga.

cropwise

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