A mosca-branca é uma dessas pragas que acometem um grande número de culturas de interesse econômico. Está no radar dos pesquisadores há pelo menos duas décadas, por gerar prejuízos significativos aos produtores, representando uma ameaça para a agricultura brasileira. A cultura da soja é muito suscetível ao seu ataque, pois oferece as qualidades nutricionais de que a praga precisa para se desenvolver. Com alta capacidade de adaptação, romper o ciclo reprodutivo da mosca-branca é uma tarefa desafiadora, de maneira que ela pode estar presente nas lavouras de soja desde o plantio, por meio de daninhas hospedeiras.

A partir de um panorama histórico, acredita-se que esse inseto chegou ao Brasil na década de 90, junto de carregamentos da poinsétia, planta ornamental originária do México, conhecida pelos brasileiros como bico-de-papagaio, muito utilizada como enfeite de Natal. Rapidamente, a mosca-branca migrou de São Paulo para outras regiões, disseminando-se por todo o território nacional.

Essa incrível capacidade de dispersão se deve ao fato de que a mosca-branca pode se deslocar por longas distâncias com a ajuda do vento, em altitudes elevadas. Realiza também voos baixos, de maneira a transitar entre diferentes cultivos, mantendo seu ciclo de vida ininterrupto. Diante disso, a pressão da mosca-branca pode aumentar de um cultivo a outro, atacando as plantas em emergência e prejudicando o desenvolvimento das culturas logo no início do cultivo.

Na cultura da soja, essa invasora pode acometer as plantas no estádio vegetativo, se já estiver presente na área desde o plantio, ou ainda no estádio reprodutivo, alcançando a lavoura por meio de infestações nos cultivos vizinhos. Os danos causados pelo processo de sucção da seiva das plantas são significativos, de maneira a debilitá-las ou mesmo levá-las à morte.

Assim, é preciso que os programas de manejo incluam estratégias específicas para controlar a mosca-branca, de maneira a diminuir a população da praga, com benefícios para a safra corrente e as subsequentes. A seguir, serão apresentados detalhes sobre a biologia e o comportamento da mosca-branca, assim como práticas de manejo eficientes para identificá-la e controlá-la.

Boa leitura!

Mosca-branca: a praga multicultura

O que mais impressiona produtores e pesquisadores quando se trata de mosca-branca é a sua habilidade de parasitar uma grande variedade de culturas. Isso significa que as plantas hospedeiras servem de ponte verde para o inseto, ou seja, a mosca-branca migra de um cultivo a outro com facilidade, aumentando sua pressão populacional e sua distribuição geográfica.

Entre as culturas de interesse econômico que são alvo do ataque da mosca-branca, estão:

  • tomate;
  • pimentão;
  • batata;
  • melão;
  • citrus;
  • feijão;
  • algodão;
  • soja;
  • plantas ornamentais.

O crescente aumento das áreas destinadas a plantações de soja faz com que a praga esteja presente atualmente em todo o Brasil , embora os maiores surtos aconteçam em regiões com altas temperaturas e períodos prolongados de seca, sendo sua presença menos prejudicial no Sul e mais danosa no Norte e no Nordeste.

Biologia da mosca-branca

A mosca-branca é um inseto do gênero Bemisia, sendo a espécie Bemisia tabaci a mais comum nos cultivos de leguminosas e hortaliças, como soja e tomate. Seu ciclo biológico é considerado de metamorfose incompleta, passando pelos estágios de ovo, quatro estádios ninfais, o último chamado de “pupa” ou pseudo-pupa, e adulto.

ciclo

Ciclo de vida da mosca-branca. Fonte: Embrapa, 2005.

Na fase adulta, apresentam corpo com coloração amarelo-pálida e asas brancas, medindo entre 1 mm e 2 mm, sendo as fêmeas maiores que os machos. Têm preferência por culturas recém-plantadas, de maneira que usam sua agilidade de voo para abandonar os cultivos em fase avançada de desenvolvimento. Assim, começam a se reproduzir nas lavouras logo após a emergência das plantas, de maneira sexuada ou por partenogênese, caso em que são gerados apenas espécimes machos.

Uma única mosca-branca fêmea pode ovipositar de 100 a 300 ovos ao longo da vida, que ficam presos no tecido da planta, formando colônias na face inferior das folhas. Em situação de escassez de alimentos, a fêmea interrompe sua postura. Sob condições climáticas favoráveis e em cultivos com alto teor nutritivo para a praga, como tomate e feijão, o período entre o ovo e a fase adulta fica mais curto, de maneira que a população se multiplica mais rapidamente.

Danos da mosca-branca na cultura de soja

A soja é uma ótima hospedeira para a mosca-branca, que ataca a cultura em diferentes estágios de desenvolvimento, com danos mais significativos na fase de enchimento de grãos[1] . Sua ação começa nas bordas da lavoura, alcançando o centro gradualmente ao longo do ciclo. É uma praga sugadora, injetando seu aparelho bucal na planta em movimento de sucção.

Nesse processo, a mosca-branca injeta toxinas no interior da planta, e uma solução açucarada é excretada, conhecida como honeydew, substância que cobre as folhas e cria um ambiente em que se desenvolve o fungo da fumagina, prejudicando a fotossíntese. Os fungos também podem reduzir a quantidade e a qualidade dos frutos.

Além desses danos indiretos, a mosca-branca também causa danos diretos na soja, pois o processo de sucção altera o desenvolvimento da cultura, tanto na fase vegetativa quanto reprodutiva, o que resulta em queda de produtividade. Os danos causados pela mosca-branca na soja são estimados em perdas de até 40% da produção.

Todavia, um dos maiores problemas causados pela mosca-branca na agricultura é a transmissão de vírus. O inseto é vetor do geminivírus, que causa necrose na haste de forma a debilitar ou matar a planta.

É possível perceber que a mosca-branca é um problema generalizado na agricultura, exigindo programas completos de manejo para ser controlada.

Manejo integrado para controle da mosca-branca na soja

O controle da mosca-branca na soja significa a diminuição populacional da praga, algo que ajuda a proteger também outras culturas sensíveis a ela. Por isso, as boas práticas do MIP (Manejo Integrado de Pragas) são grandes aliadas do produtor rural.

Identificação e monitoramento

A identificação da presença da praga pode ser feita pela avaliação da folhagem. Qualquer sinal de fumagina significa que há colônias de mosca-branca. Por ser um inseto pequeno que deposita os ovos na superfície inferior da folha, a identificação pode acontecer de maneira tardia, quando a população já está acima do nível de controle.

Uma boa maneira para identificar e monitorar a mosca-branca é o uso de armadilhas amarelas, cor que atrai o inseto. A prática consiste em posicionar, na mesma altura das plantas, lonas, plásticos, potes, etiquetas, entre outros materiais de cor amarela untados em óleo, a fim de atrair o inseto, que ficará preso na armadilha.

armadilha

Armadilha contra mosca-branca na lavoura. Fonte: Mapa, 2015.

Quando aplicada a técnica na fase de pós-emergência e na região limiar da lavoura, é possível identificar infestações iniciais, ou ainda monitorar a pressão populacional e a atividade de voo dos adultos, direcionada pelo vento.

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Manejo do solo

A disseminação da praga por meio de ponte verde faz com que o plantio no limpo seja essencial para proteger a lavoura de soja, de maneira que é preciso eliminar as daninhas, potenciais hospedeiras da mosca-branca, no período de pré-semeadura.

Além disso, o período de vazio sanitário também é importante para o Manejo Integrado de Pragas, pois esse inseto tem seu ciclo reprodutivo interrompido pela falta de alimento, de maneira que manter a área sem a cultura da soja por um período é primordial para impedir um surto populacional.

Cultivares resistentes de soja

Já foram desenvolvidos cultivares de soja resistentes à mosca-branca, com plantas que apresentam características antinutricionais ao inseto, podendo reduzir a quantidade populacional em até 50%, em comparação com cultivares não resistentes. Em consequência, a pressão populacional tende a diminuir a cada geração, pela queda da taxa de oviposição, o que se faz uma medida efetiva para controle de infestações.

A escolha de cultivares de soja de qualidade e resistentes se faz uma técnica de manejo muito vantajosa na atualidade. As variedades desenvolvidas são cada vez mais fortes e produtivas, além de que a resistência a pragas de difícil controle como a mosca-branca mantém as populações abaixo do nível de dano econômico sem correr o risco de desequilibrar o agroecossistema.

Aplicação de produtos fitossanitários

O manejo fitossanitário é uma etapa fundamental do programa de controle da mosca-branca. A aplicação de um inseticida com formulação voltada para esse inseto se faz bastante eficiente no final do estádio vegetativo, protegendo a soja no momento de maior incidência da praga e deixando a cultura livre para alcançar o melhor desenvolvimento reprodutivo.

Estudos da Embrapa demonstraram que inseticidas com a combinação dos ingredientes ativos abamectina e ciantraniliprole podem reduzir em até 95% a população de ninfas, impedindo a continuidade do ciclo de vida da mosca-branca. Outras soluções testadas, contendo somente ciantraniliprole, demonstraram uma taxa de controle inferior (77%), o que reforça a importância de usar produtos com dois modos de ação diferentes.

Qual o melhor inseticida para controlar a mosca-branca na soja?

Uma solução que apresenta alta eficácia contra a mosca-branca na cultura da soja é Minecto® Pro, cuja composição combina abamectina e ciantraniliprole. Seu posicionamento segue as recomendações do MIP: aplicação foliar quando for observado o início da infestação na área ou nos últimos estágios da fase vegetativa do cultivo.

A sinergia entre os dois modos de ação oportuniza o manejo antirresistência, característica essencial de produtos que visam controlar a mosca-branca, visto que a praga tem alta capacidade de criar resistência contra as soluções em poucos ciclos geracionais. Além disso, a formulação apresenta amplo espectro de controle, atingindo ninfas e adultos da mosca-branca, assim como lagartas e ácaros, o que faz dessa uma solução inseticida e acaricida ao mesmo tempo.

As razões pelas quais Minecto® Pro representa um novo patamar de performance no manejo de pragas da soja podem ser percebidas nos benefícios que a solução oferece:

  • rapidez, superioridade e otimização do controle;
  • formulação inovadora, de amplo espectro de ação;
  • inseticida foliar para aplicação terrestre e aérea;
  • resultados comprovados.

A solução de Minecto® Pro não apenas é eficiente contra moscas-pragas, ácaros e uma variedade de insetos, mas também é multicultura, de maneira que o produto pode ser utilizado em outros cultivos suscetíveis à mosca-branca além da soja.

No vídeo a seguir, são apresentados mais detalhes sobre a performance e a formulação de Minecto® Pro:

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