O café é produzido em mais de 60 países por 25 milhões de produtores que, em sua grande maioria, são advindos da agricultura familiar. O consumo da bebida tem se tornado cada vez maior e, sua produção, indispensável, posicionando o mercado numa constante ascensão.

Para que esse cenário continue em crescimento, é necessário o uso de técnicas inovadoras de manejo que permitam a proteção do cafeeiro, obtendo, assim, maior produtividade e produtos de alta qualidade.

Entre os vários desafios a serem vencidos, está o controle de pragas que atacam as lavouras de café. Entre as principais está o bicho-mineiro (Leucoptera coffeella), de grande importância devido ao seu potencial destrutivo, pode causar prejuízos de até 70% na produção, afetando não só a safra corrente como a safra futura.

O bicho-mineiro, em sua fase adulta, é uma pequena mariposa branca que deposita seus ovos nas folhas das plantas. Após a eclosão dos ovos, as lagartas penetram na cutícula e alimentam-se do parênquima paliçádico, alojando-se entre as duas epidermes, formando minas na folha, o que gera uma perda significativa de nutrientes, causando a desfolha do cafeeiro.

bicho-mineiro

Entretanto, há outras pragas que exigem extrema atenção do cafeicultor: a broca-do-café e o ácaro vermelho. Confira nesse conteúdo as características, o ciclo biológico, os danos provocados na cultura e como realizar o manejo correto dessas pragas.

Broca-do-café

Diferentemente do bicho-mineiro, a broca-do-café ataca os frutos do cafeeiro. A ocorrência dessa praga é extremamente nociva à produção, por conta dos danos que causa à cultura, como queda prematura dos frutos, apodrecimento das sementes e diminuição do peso dos grãos.

Essas alterações podem afetar as qualidades físicas e sensoriais do produto final, gerando prejuízos financeiros expressivos em termos de comercialização e exportação, uma vez que não é permitido o embarque de grãos brocados para exportação de cafés especiais. 

Vale destacar que os ataques da praga podem gerar enormes consequências para a comercialização do produto, uma vez que não é permitido o embarque de grãos brocados para exportação de cafés especiais.

Aspectos biológicos

O ciclo de evolução da broca-do-café ocorre de forma mais rápida em períodos mais úmidos e quentes, o que gera um aumento da população da praga.  O inseto sofre metamorfose completa, passando pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto. Devido ao seu ciclo biológico relativamente curto e sua grande capacidade de proliferação, a broca constitui-se como um importante problema fitossanitário em quase todos os países produtores de café.

São pequenos besouros de cor preta. Os machos apresentam características distintas das fêmeas, como as asas atrofiadas, que os impedem de voar. Por conta dessa característica, ficam regularmente dentro dos frutos. Já as fêmeas são as causadoras dos danos diretos, uma vez que são responsáveis pela perfuração dos frutos e grãos do café.

Ataque e danos

O ataque acontece, principalmente, no período de 80 a 90 dias após a florada, conhecida como “época de trânsito da broca”. As fêmeas que sobreviveram durante a entressafra nos frutos remanescentes, nas plantas ou no solo, saem e perfuram os frutos ainda verdes, mas sem colocar os ovos. Apenas 50 dias depois elas voltam e colocam os ovos.

Esse período de trânsito da broca é quando as amostragens para avaliação da praga devem se iniciar. Como ocorre normalmente entre novembro e janeiro, é esperado que a infestação da praga aumente até a colheita do café, atingindo seu pico entre meados de junho e final de agosto, caso não seja feito o controle.

Em relação aos danos, podemos dividir em quantitativos e qualitativos:

Danos quantitativos

  • Inviabilidade na produção de semente;
  • Depreciação do produto na classificação por tipo: 5 brocados/quebrados = 1 defeito;
  • Apodrecimento das sementes;
  • Redução do peso dos grãos, que pode checar a 20%;
  • Queda prematura dos frutos.

broca-do-café

Danos qualitativos

  • Fungos penetram pela perfuração feita pela broca, podendo alterar a qualidade da bebida;
  • Alterações fisiológicas – síntese de compostos químicos para proteção da planta podem alterar a qualidade final do produto.

Controle

Para um controle assertivo da broca-do-café é importante adotar práticas do MIP (Manejo Integrado de Pragas), que consistem em medidas como o monitoramento do cafezal, o manejo cultural e o controle químico.

Antes de iniciar o monitoramento da broca-do-café, alguns pontos importantes devem ser avaliados, como:

  • histórico do talhão amostrado, pois caso seja uma área com recorrência de broca safra após safra, o monitoramento e, possivelmente, o controle, devem ser iniciados por ele;
  • realizar um levantamento prévio da quantidade de frutos com a presença da praga, tanto na planta quanto caídos no chão, pois esse fator é determinante para a intensidade da broca que surgirá durante a revoada principal;
  • em lavouras que foram esqueletadas durante a safra anterior, pode haver frutos remanescentes devido às floradas indesejadas logo após o corte dos ramos.

Além disso, é importante se atentar a alguns fatores, como a presença de frutos caídos no solo pois as pragas presentes nestes podem provocar infestações mais elevadas nos frutos do baixeiro da planta, exigindo a adoção da prática cultural de retirada do café caído no chão.

Assista ao vídeo completo sobre o manejo da broca-do-café:

Desse modo, torna-se fundamental realizar o manejo cultural, implementando uma colheita bem feita e colhendo os frutos do solo, visto que a praga pode sobreviver e infestar a safra subsequente.

Porém, mesmo adotando essas práticas, vale destacar que, caso os frutos perfurados ultrapassem o índice de 1% na amostragem de aproximadamente 500 frutos com o mesmo estádio de desenvolvimento fenológico e com, pelo menos, 20 pontos amostrais por talhão, é recomendado o uso de pulverização, por meio de inseticidas, a fim de proteger as folhas e os frutos do cafeeiro.

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Café: aplicação via drench é eficaz no controle de pragas

Ácaro vermelho:

Geralmente a praga passa despercebida pelos cafeicultores. Uma das hipóteses para isso é o tamanho pequeno do ácaro vermelho (Oligonychus ilicis) e a outra é o desconhecimento de sua importância como praga ou vetor de doenças (viroses).

O ácaro vive na face superior das folhas que, quando atacadas, apresentam-se recobertas por uma delicada teia, tecida pela própria praga, onde aderem detritos e poeira, dando às folhas um aspecto de sujeira.

Para se alimentar, perfuram as células da parte superior das folhas e absorvem parte do conteúdo celular. Como efeito, as folhas perdem o vigor, acabam escurecendo e apresentando com um aspecto ruim.

O ataque ocorre, habitualmente, em reboleiras, e, se as condições forem favoráveis ao ácaro sem um controle já no início da infestação, poderá atingir toda a lavoura.

Aspectos biológicos

Os ovos apresentam formato arredondado e achatado, dorso ventralmente de coloração vermelho-escura a rósea, com um filamento saindo da parte superior e quase invisível a olho nu. A fêmea os coloca próximo às nervuras, na superfície superior da folha. O período de incubação é de 5,5 dias, em média, para machos e fêmeas.

Estima-se que a população de Oligonychus ilicis aumenta cerca de 20 vezes no período médio de duração de uma geração, que é em torno de 20 dias. A população do ácaro cresce 1,16 vezes por dia e dobra a cada 4,8 dias.

Danos

Praga específica do cafeeiro, o ácaro vermelho (O. ilicis) executa seus ataques mais intensos durante o período seco, com temperaturas elevadas.

As folhas atacadas adquirem um aspecto bronzeado e sem brilho e, em casos mais severos, ocorre a desfolha do cafezal.

Controle

Devido à preferência pela localização na superfície superior das folhas, chuvas intensas e constantes podem exercer um controle físico, reduzindo sua população e propiciando às plantas condições de vegetação e recuperação.

Entretanto, o controle químico é indispensável e deve ser realizado por meio de pulverizações de acaricidas específicos ou inseticidas-acaricidas.

O controle deve ser, principalmente, direcionado às plantas das reboleiras atacadas, com sintomas do ataque do ácaro (bronzeamento das folhas), abrangendo também uma faixa ao redor delas.

Manejo integrado: aplicação via solo e foliar

O monitoramento é fundamental no manejo das pragas, principalmente em relação à broca-do-café e ao bicho-mineiro, pois é nesse momento que o cafeicultor precisará estar atento à tomada de decisão para um controle eficiente.

Assim, a Syngenta conta com um portfólio extremamente assertivo no combate de ambas as pragas.

No caso do bicho-mineiro, é importante realizar o controle químico de forma integrada: aplicação via solo (drench) e foliar. A aplicação via solo, em jato dirigido, utilizando soluções sistêmicas, permite que o produto se distribua das raízes para o restante da planta. Assim, evita-se também a perda de volume de produto pela deriva ao mesmo tempo em que a solução  alcança as folhas e o bicho-mineiro alojado nelas.

Já no manejo da broca-do-café, é imprescindível o uso de um inseticida de aplicação foliar. O nome dele é Voliam Targo®

Voliam Targo®: preciso no controle das pragas do café!

Voliam Targo®, da Syngenta, é um inseticida foliar com performance superior, longo período de controle e um espectro de ação único, que proporciona flexibilidade para o produtor na hora de planejar o manejo da safra.

Sua formulação combina dois ingredientes ativos eficientes, clorantraniliprole e abamectina, que agem de forma sinérgica, tornando Voliam Targo® um poderoso aliado do cafeicultor na manutenção de lavouras saudáveis e produtivas.

Além da tecnologia de sua formulação, o inseticida confere outras vantagens ao cafezal, como:

  • Amplo controle: manejo eficaz de broca,bicho-mineiro e ácaro-vermelho;
  • Efeito residual: proporciona longo período de controle;
  • Produtividade: ampla proteção de folhas e frutos, melhorando a lucratividade das lavouras.

O inseticida tem ação de contato e ingestão, pois atinge as pragas tanto no momento em que entram em contato fisicamente com o produto, como quando se alimentam da planta protegida. Ao ingerir a solução, durante a alimentação, o bicho-mineiro tem seus músculos paralisados e, sem poder se movimentar, deixa de atacar a planta.

O efeito na broca-do-café ocorre pela contaminação tarsal, ou seja, quando o inseto caminha na planta protegida. Em um curto espaço de tempo, a praga fica com dificuldade no controle dos movimentos, até que não consegue mais se mover e para de se alimentar.

Voliam Targo® é peça chave da operação Praga Zero, que determina o uso de aplicações em momentos estratégicos e incorpora ações de manejo da lavoura para proporcionar ao cafeicultor o acesso à mais alta tecnologia, para regiões com alta pressão de pragas do cafeeiro.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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