Nos últimos 20 anos, a cultura da soja vem ganhando ainda mais espaço no agronegócio, em especial, por ser bem adaptada ao clima nas regiões em que é produzida e, também, pela dependência externa do grão ser cada vez maior.

Tendo os estados do Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul como os principais produtores de soja, o Brasil, maior exportador do grão, se destaca por ser considerado um dos países com maior potencial de expansão em área cultivada.

Os resultados positivos são consequência de um conjunto de ações, onde a proteção dos cultivos ganha cada vez mais relevância, por interferir diretamente na produtividade e rentabilidade do produtor. Sendo assim, o manejo de doenças em todo o estádio de desenvolvimento da soja é fundamental.

Por trás dos índices de crescimento positivo, existem investimentos em pesquisas e o uso de tecnologias que caminham lado a lado em busca de avanços e ferramentas cada vez mais eficientes e sustentáveis para a realização do manejo.

Atualmente, o produtor conta com soluções inteligentes e integradas para enfrentar os principais desafios da lavoura e não ser surpreendido por doenças ou outros fatores que possam afetar seus resultados.

Desde 2011, com o surgimento do primeiro caso de ferrugem asiática nas lavouras do Brasil – e o grande prejuízo gerado por ela -, o uso de fungicidas para o controle e combate desta e outras doenças passou a ser mais frequente no campo.

A história da produção da soja no Brasil

O primeiro cultivo comercial de soja no país foi registrado em 1914, no Rio Grande do Sul. No entanto, a cultura só passou a ter relevância econômica 40 anos depois, quando a produção foi registrada no Anuário Agrícola do Rio Grande do Sul, com 640 hectares cultivados e um rendimento de 700 kg/ha.

No mesmo ano, foi instalada a primeira indústria processadora do grão no país, na cidade de Santa Rosa, também no estado gaúcho. Em 1949, o Brasil foi reconhecido nas estatísticas internacionais pela produção de 25.000 toneladas do grão.

Nos anos 60, a soja se estabeleceu como uma cultura economicamente importante para o país e, na mesma época, a produção se quintuplicou, alcançando, em 1969, mais de um 1 milhão de toneladas. 98% desse volume foi cultivado no Rio Grande do Sul, que retinha boa parte da produção nacional de soja e trigo.

A partir de 1980, o cultivo de soja passou a fazer parte dos investimentos de agricultores em outros estados, em especial no Centro-Oeste. Foi depois deste período que Mato Grosso ascendeu na produção do grão e se tornou um dos maiores estados produtores.

O uso da soja no mercado interno brasileiro

Responsável por uma grande revolução alimentar, a soja proporciona um bom custo benefício, incomum para uma proteína. A produção de produtos vegetais à base da oleaginosa custa bem menos que a produção de carnes, ovos, leite e seus derivados.

A demanda pelos produtos que têm como base a soja tem crescido de forma substancial nos últimos anos e deve se manter assim no futuro. É uma demanda que favorece o mercado brasileiro e garante a presença e comercialização para diversos outros países.

É mais comum ver o grão na produção de derivados, como óleo e o farelo, que se torna ração para animais, em especial suínos e aves. Sua versatilidade permite também que seja utilizada como um alimento funcional na produção de chocolates, temperos e até massas.

Aproximadamente 15% da soja em grão produzida é destinada à produção de óleo vegetal, que se torna matéria-prima para o biodiesel nacional. O produto, quando adicionado ao combustível, contribui para a redução das emissões de gases que estimulam o efeito estufa.

O que garante o manejo eficaz da soja?

Todas as etapas do cultivo interferem no desenvolvimento da lavoura. Para que a interferência seja positiva e estimule o crescimento de uma soja saudável, com boa produtividade e sanidade, é preciso estar atento durante todos os momentos do ciclo.

A sobrevivência de fungos propagadores das doenças em restos culturais, por exemplo, exige atenção do produtor. É recomendado optar por sementes de soja certificadas e tratadas com fungicidas, o que aumenta as chances de proteção.

Em muitas situações, o produtor não pode esperar o surgimento das doenças para, só então, tomar uma decisão sobre como combatê-las. De rápida propagação e facilmente disseminadas nas lavouras, as várias doenças que atacam a soja, como a ferrugem, a antracnose e a mancha-alvo, podem ser controladas antes mesmo de seu aparecimento.

Ter em mãos produtos que ajam de forma eficaz na realização do manejo de doenças é muito importante, mas o produtor deve buscar, também, entender quais as doenças mais comuns e como elas podem agir na lavoura:

  • Antracnose (Colletotrichum dematium var. truncata)

A doença ocorre na fase inicial de formação das vagens e é causada pelo fungo Colletotrichum dematium var. truncata. Com maior incidência no Cerrado, já que a intensidade da antracnose está associada às temperaturas altas, não se limita apenas à planta, podendo também se manifestar nos grãos da soja.

É possível perceber o ataque da doença quando surgem partes sombreadas nas vagens em início de formação. Com o passar do tempo, os ramos ficam tenros e as vagens no estágio R3-R4 ficam retorcidas e escuras.

As plântulas que crescem de sementes infectadas tem aparência necrótica e, quando se estende ao hipocótilo, causam o tombamento da planta. Na hora da colheita, o prejuízo pode chegar a até dez sacas por hectare.

  • Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)

Comum em todas as regiões produtoras do país, a doença é responsável pela desfolha precoce que impede a formação completa dos grãos e, consequentemente, gera queda na produtividade da lavoura. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a incidência da ameaça pode gerar perdas de até 90% da produção.

Inicialmente, a ferrugem asiática pode ser percebida por deixar pequenos pontos escuros na parte superior do tecido foliar, enquanto na parte inferior da folha formam-se as urédias, parecidas com verrugas. Este é o espaço que o fungo usa para produzir seus esporos, chamados “uredósporos”.

Depois disso, a coloração das urédias escurece e chega a um tom castanho-escuro, enquanto a folha atacada fica mais clara, com aspecto de seca, em tons próximos ao marrom claro.

Prevenir o ataque da doença é difícil, mas pode ser feito a partir da escolha de cultivares resistentes e controle químico, que proporciona uma proteção mais eficaz.

  • Oídio (Erysiphe diffusa)

O Erysiphe diffusa é um parasita que ataca espécies de leguminosas e se desenvolve na parte superior da soja, comprometendo folhas, hastes e vagens. Presente em todas as regiões produtoras, a doença surgiu no Brasil em 1997 e surpreendeu o país por conta de seu grau de devastação. Comum nas lavouras até hoje, os prejuízos do ataque podem causar perdas de até 40% da produção.

O ataque do oídio pode ser percebido por uma camada de cor branca ou cinza e conídios pulverulentos que cobrem parte da planta. As folhas atacadas caem de forma prematura e o restante da estrutura adquire tons marrons e acinzentados, deixando a lavoura com aspecto dessecado.

A infecção acontece em qualquer estádio da planta, mas é mais perceptível no início da floração. A propagação do fungo, possível através do vento, atinge as plantas das bordas da lavoura primeiro, já que o ambiente é mais propício. A identificação rápida ajuda no controle da doença, que pode ser prevenida através do tratamento de sementes e do controle químico.

  • Mancha-alvo (Corynespora cassiicola)

A mancha-alvo é causada por um patógeno onívoro (Corynespora cassiicola), isto é, trata-se de um organismo vivo capaz de causar doenças a um hospedeiro e que consegue consumir e metabolizar alimentos de origem animal e vegetal.

Os prejuízos causados chegam a 25% de perdas na lavoura, de acordo com o período do ataque, condições climáticas e suscetibilidade da cultura.

Por se tratar de um fungo necrófito, a solução para o controle e combate se dá através da escolha de sementes tratadas com fungicidas, rotação de culturas e controle químico, sendo este último uma solução economicamente viável, especialmente nas estações mais chuvosas, quando são observados os primeiros sintomas da doença na planta.

  • Crestamento foliar (Cercospora kikuchii)

Resultado do ataque do fungo Cercospora kikuchii, o crestamento foliar é comum em todas as regiões produtoras de soja do Brasil, mas se desenvolve melhor em locais quentes e chuvosos, como o Cerrado. Também chamada de “cercospora”, é uma doença que se manifesta na reta final do ciclo da soja.

O ataque do fungo C. kikuchii pode resultar, ainda, na mancha-púrpura na semente, o que gera redução na qualidade do grão e na germinação. Quando associada a outras doenças, os prejuízos causados pelo crestamento podem ser ainda mais severos.

Os danos do ataque podem ser evitados através da integração de tratamento de sementes e a rotação de culturas suscetíveis, além do uso de fungicidas, que agem de forma pontual e prolongada contra a doença.

Combate às doenças em qualquer período do ciclo

As doenças que atacam as lavouras podem ser percebidas desde o início, caso haja monitoramento constante. Quando não identificadas no estádio inicial,  podem comprometer o desenvolvimento da lavoura, gerando prejuízos ainda maiores para o sojicultor.

Com os produtores cada vez mais conectados às inovações no campo, a Syngenta desenvolveu o manejo consciente, que, entre diversas ações, auxilia a obter resultados mais efetivos na lavoura.

É importante também ter como ferramenta de auxílio um produto que possa ser utilizado em qualquer período do ciclo, possibilitando a sanidade da planta e proporcionando os resultados mais eficazes.

É o caso de Cypress, o fungicida multipotente que pode ser aplicado sozinho ou combinado com outros defensivos da Syngenta.

Cypress é resultado da combinação de dois triazóis, tornando-o símbolo de eficiência e alta sinergia. Além disso, seu amplo espectro permite que o efeito do produto e sua ação no controle do complexo de doenças da soja seja mais duradoura.

Versátil, o fungicida multipotente da Syngenta é indicado para o manejo conjunto de resistência, e também controla e combate doenças quando é o principal produto  utilizado.

Quando se trata de grandes culturas, a exemplo da soja, as aplicações não podem ocorrer em um curto intervalo de tempo, pela sanidade da lavoura.

Com o desenvolvimento saudável da planta, Cypress – que ajuda a controlar as doenças da soja desde o plantio até a colheita – pode ter sua ação combinada com o uso de Elatus, um fungicida de contato sistêmico, com amplo espectro e também recomendado no momento de realizar a pulverização preventiva para o controle de doenças comuns na parte aérea das culturas.

O fungicida é eficaz também contra doenças secundárias da soja, que representam prejuízo e interferem na produtividade da lavoura.

Estas e outras soluções para o manejo de doenças da soja, você encontra no portfólio completo da Syngenta, que caminha sempre ao lado do produtor em busca dos melhores resultados.