Segundo o último levantamento realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os números esperados para a safra 2022/23 de milho são animadores. As estimativas apontam aumento de 3,3% em relação à área cultivada, passando para mais de 22 milhões de hectares.

Há previsão ainda de incremento de 6,9% e 10,1% na produtividade e na produção total da cultura, respectivamente,  em comparação à safra anterior. Espera-se que mais de 125,8 milhões de toneladas de milho sejam produzidas no país, com uma produtividade média de 5.633 kg/ha.

O cultivo do milho ocorre em três safras, o que favorece a ponte verde no campo (cultura hospedeira em diferentes épocas do ano), permitindo a permanência e a reprodução das pragas no campo. Por isso, produtores e técnicos devem permanecer atentos ao início do desenvolvimento das lavouras.

Uma das maiores preocupações atuais gira em torno das pragas iniciais da cultura, que atacam as sementes e o sistema radicular abaixo do solo, assim como as plântulas recém-emergidas acima do solo, impactando diretamente o primeiro componente de rendimento da cultura: o número de plantas por área.

As pragas iniciais da cultura do milho podem reduzir a produtividade da cultura em 100%. Assim, o rápido reconhecimento e a correta identificação das pragas iniciais que acometem a cultura são práticas indispensáveis para o planejamento de quais estratégias de controle podem ser adotadas e para a escolha das soluções mais adequadas.

Perdas causadas por pragas iniciais

Segundo dados da Conab, a maior preocupação atual, em todas as regiões produtoras, concentra-se na ocorrência da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis). Esse inseto é vetor de um complexo de doenças, causadas por molicutes, que reduzem consideravelmente a produção da cultura.

Outras pragas, como corós, percevejos e lagartas, podem, ainda, reduzir o número de plantas por área, impactando negativamente a produtividade da cultura.

Considerando que as sementes de milho permanecem expostas, abaixo do nível do solo, a condições adversas e à incidência de pragas, a identificação no campo, bem como o histórico de infestações, é importante para traçar as estratégias de controle, sendo o Tratamento de Sementes uma ferramenta fundamental para auxiliar o produtor.

Principais pragas iniciais da cultura do milho: identificação e controle

Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)

A cigarrinha-do-milho é um inseto pertencente à ordem Hemiptera e família Cicadellidae, considerada atualmente a praga-chave da cultura do milho. O principal dano não está relacionado diretamente com a presença do inseto na cultura, mas sim com a transmissão de doenças importantes, que incluem o complexo de enfezamentos, causado por espécies de molicutes:

  • Enfezamento pálido: CSS (Corn Stunt Spiroplasma), Spiroplasma kunkelii.
  • Enfezamento vermelho: MBSP (Maize Bushy Stunt Phytoplasma).

Adicionalmente, a cigarrinha pode transmitir o vírus da risca (Maize Rayado Fino Vírus – MRFV).

Pesquisas indicam que a incidência de pequenas populações do inseto são suficientes para a transmissão da doença para grandes áreas, e que a fase vegetativa da cultura, especialmente em segunda safra (devido às temperaturas elevadas que aceleram a reprodução do inseto, aumentando a sua população rapidamente) é a fase mais suscetível, sendo portanto, necessário o controle preventivo.

O monitoramento da cigarrinha-do-milho nas áreas de cultivo deve ser realizado antes, durante e após a implantação da cultura, momentos em que podem ser utilizadas armadilhas amarelas em locais estratégicos da lavoura.

O primeiro levantamento populacional é essencial para guiar as estratégias de manejo, especialmente na segunda safra. A identificação do inseto pode ser realizada visualmente, observando os dois pontos pretos encontrados na parte superior da cabeça, conforme imagem a seguir.

cigarra

Em lavouras já estabelecidas, é importante que os pontos de difícil acesso à planta sejam inspecionados, principalmente o cartucho na fase vegetativa, pois são os locais preferencialmente escolhidos para o abrigo do inseto.

Percevejos

Os percevejos são importantes pragas de fase inicial de diversas culturas. Além da sucção da seiva pela penetração do estilete nos tecidos da planta hospedeira, que ocorre principalmente quando os percevejos estão em posição invertida (de cabeça para baixo) na planta, eles ainda causam danos pela transmissão de substâncias tóxicas via saliva para a planta.

Para o monitoramento da população do inseto, devem ser contabilizadas as ninfas, a partir do terceiro ínstar, e os adultos.

Percevejo barriga-verde (Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus)

O percevejo barriga-verde era considerado uma praga secundária da cultura do milho, no entanto, com a expansão do cultivo de milho em sistema de plantio direto, aliado ao cultivo do milho safrinha, tornou-se uma praga importante para a cultura. Nesse sentido, áreas de cultivo intenso de milho e soja propiciam o ambiente favorável para a praga durante todo o ano, aumentando rapidamente a sua população.

Os ovos, logo após a postura, apresentam coloração verde-clara. Próximo à eclosão, os ovos tornam-se castanhos-escuros. As ninfas possuem forma oval-arredondada e coloração castanha-escura, com olhos vermelhos.

Com o passar do desenvolvimento, as ninfas adquirem coloração castanho-claro com pontuações e manchas avermelhadas e, no último estádio, coloração verde e pontuações castanho-avermelhadas. Na fase adulta, a coloração do corpo na parte superior é castanho-avermelhada e, na parte inferior, verde.

percevejo

Fonte:  Mais Agro, 2021.

Diante do grande número de pragas que podem ocorrer ainda no início do desenvolvimento da cultura do milho, é importante que as sementes depositadas no solo sejam devidamente protegidas.

Corós (Liogenys fuscus)

O coró, embora se apresente como besouro em sua fase adulta, é na forma de larva que gera muitos danos à cultura do milho.  L. fuscus, uma das principais espécies de corós, também causa danos à cultura da soja e encontra-se amplamente distribuído nos seguintes Estados: TO, BA, MG, DF, GO, MT, MS, SP e, principalmente, RS.

coró

Fase larval dos corós. Fonte: Mais Agro, 2021.

O número de espécies encontradas no Brasil pode ser superior a 70. A dificuldade no controle dos corós concentra-se no seu hábito subterrâneo na fase larval, sendo uma praga de difícil controle e monitoramento antes dos danos à cultura.

Os corós ovipositam seus ovos esféricos e de coloração branco-amarelada em câmeras de oviposição no interior do solo. Posteriormente à eclosão (após 15 dias, a depender da temperatura), as larvas passam por ecdises (mudas), quando mantêm características semelhantes, porém sofrem aumento de tamanho.

Na fase larval, o corpo dos corós é em formato de C, recurvado, e de coloração geralmente branca-leitosa. Possuem ainda três pares de pernas no tórax. A problemática dos corós envolve ainda seu ciclo biológico, pois 80% corresponde à fase larval. Dessa forma, as sementes da cultura do milho, em áreas com infestação de corós, são expostas ao inseto logo após a semeadura.

Lagartas

Assim como os corós, as lagartas causam danos na fase inicial do estabelecimento da cultura, no entanto, podem causar perdas significativas durante todo o ciclo de cultivo. Devido ao hábito alimentar polífago (diferentes culturas), as lagartas  possuem condições de permanecer em hospedeiros alternativos durante todo o ano, por isso, seu monitoramento e controle, especialmente em áreas de plantio direto, deve ser constante.

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

Também conhecida como lagarta-militar, a S. frugiperda pertence à ordem Lepidoptera e família Noctuidae. Atualmente, é uma das principais pragas da cultura do milho, mas também pode ser encontrada nas culturas do algodão e da soja.

A espécie se alimenta dos órgãos vegetativos das plantas, tanto após a emergência da cultura quanto durante as fases reprodutivas. As principais características da lagarta-do-cartucho são: a presença de um Y invertido na parte superior da cabeça, listras claras no dorso e quatro pontos pretos no final do abdômen, no formato de um quadrado.

lagarta

Fonte: Syngenta.

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

Os adultos da lagarta-elasmo são ativos durante o período da noite, especialmente em condições ideais para o acasalamento e a reprodução: baixa velocidade do vento, baixa umidade relativa do ar e temperaturas próximas a 27 ºC.

A fêmea é capaz de ovipositar entre 120 e 420 ovos, sendo a duração total do ciclo de vida dos adultos entre 7 e 42 dias. Logo após a eclosão, as lagartas apresentam coloração amarelo-palha com listras vermelhas e cerca de 16 mm de comprimento. Posteriormente, tornam-se esverdeadas.

O período larval, em que o inseto mais causa danos à cultura do milho, pode durar entre 17 e 42 dias. A lagarta ataca a região do colo, penetrando no colmo e fazendo galerias no seu interior, causando perfilhamento e podendo até provocar a morte da planta.

lagarta 2

Fonte:  Mais Agro, 2022.

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

A lagarta-rosca é um inseto polífago e tem como hospedeiras diversas espécies de plantas como: hortaliças (tomate, rúcula, abóbora, repolho, dentre outras), milho, soja e feijão. Os danos ocorrem pelo corte das plântulas, que podem ser atacadas com até 10 cm de altura. Com o corte, há redução da população de plantas na área de cultivo.

Ocorre principalmente em locais de alta umidade. Cada fêmea pode ovipositar até mil ovos, aumentando rapidamente a população da praga. Possui hábito noturno, o que dificulta a sua visualização no campo.

lagarta

Estratégias de controle

É importante lembrar que a adoção de uma estratégia de controle de forma isolada dificilmente irá render bons resultados, sendo indispensável que o manejo integrado e a associação de estratégias de controle sejam adotados, incluindo: controle cultural, rotação de culturas, monitoramento e identificação correta da praga.

Além disso, o Tratamento de Sementes é uma ferramenta indispensável, especialmente na cultura do milho, que é hospedeira de importantes pragas iniciais que ocorrem também em outras culturas de importância agrícola.

Fortenza® Duo proteção máxima contra as pragas, abaixo e acima do solo

Fortenza® Duo é composto pela combinação entre Fortenza® e Cruiser®, para o Tratamento de Sementes de milho contra as pragas iniciais. É o TS mais poderoso disponível no mercado, pois combina os ingredientes ativos:

  • ciantraniliprole: essencial, principalmente em áreas com pressão de corós e lagartas.
    • É distribuído, por meio da água, no sistema radicular (mesmo em situações de baixa disponibilidade hídrica) e absorvido pelas raízes, movendo-se para cima. Desse modo, controla as pragas acima do solo.
  • tiametoxam: aumenta o espectro de ação no controle de sugadores como a cigarrinha e os percevejos.
    • O princípio ativo é um inseticida neonicotinóide com propriedades lipo/hidrofílicas balanceadas, de ótima solubilidade em água. Desse modo, é absorvido rapidamente pelas raízes e distribuído pela planta.

A oferta proporciona proteção máxima contra as pragas abaixo e acima do solo, contando com:

  • amplo espectro de controle, recomendado para o controle de:
    • cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis);
    • corós (Liogenys fuscus );
    • lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
    • lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus);
    • lagarta-rosca (Agrotis ipsilon);
    • percevejos (Dichelops spp.).
  • efeito residual prolongado;
  • máxima proteção do potencial produtivo nas fases iniciais.

Um Tratamento de Sementes eficiente pode auxiliar no estabelecimento do estande de plantas e na proteção das biotecnologias, especialmente no caso do milho Bt, devido à supressão e ao controle de lagartas.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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