Caracterizado no país pelo sistema de cultivo que ocorre em duas épocas do ano, a produção de milho tem se destacado no Brasil. Só para a colheita do cultivo da safra 2019/2020 são esperadas 102,3 milhões de toneladas, segundo a estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

A área de plantio do milho em todas as regiões produtoras do país ocupa cerca de 17,9 milhões de hectares, sendo que o desenvolvimento médio de cada lavoura é de 5.752 kg/ ha. O crescimento estimado é de 2,3% em relação ao último ciclo, quando foram colhidas 100 milhões de toneladas do grão.

A constância na obtenção de resultados positivos na lavoura é resultado do investimento em pesquisa e tecnologia, que permitem a ampliação do percentual de produtividade de forma cada vez mais rápida.

Além disso, há demanda no mercado interno. Rico em fibras, quando chega ao consumidor, o milho é um alimento versátil, que serve como base para a fabricação de balas, biscoitos, pães, chocolates, sorvetes e até bebidas alcoólicas.

O milho também é muito usado no mercado interno como ração animal, escolha feita pelos criadores a partir dos preços acessíveis do produto combinados aos benefícios nutricionais que ele possui.

O aumento do consumo humano de milho gera um enorme e virtuoso campo de operação para os produtores do campo, que podem investir num sistema de produção que agregue maior valor ao grão, reforçando ainda mais o valor nutricional e versatilidade que o alimento possui.

Dada a importância que a cultura do milho tem para o agronegócio e para o PIB (Produto Interno Bruto) do país, é importante obter boas técnicas de manejo para conter pragas que geram prejuízos para a lavoura de milho.

O país está entre os principais produtores e exportadores mundiais de milho, saltando de um índice de 1% de participação no mercado global há 10 anos para 25% do total mundial de vendas na temporada passada.

Percevejos do Milho: de ameaça secundária à praga-chave da lavoura

Os percevejos são consideradas pragas-chave de uma lavoura aquelas que causam danos econômicos. Os percevejos sugadores são considerados, em vários países, como uma das ameaças de maior importância para a cultura do milho. Por consequência do plantio, que acontece depois da colheita da soja, a incidência de alguns insetos se tornou mais frequente durante o ciclo do milho.

As condições climáticas predominantes durante a fase de desenvolvimento da soja tem grande influência sobre o aparecimento de percevejos no milho safrinha.

Devido ao seu comportamento, a identificação desses insetos na lavoura é difícil. O percevejo pode passar de uma safra para outra e sobreviver nos restos culturais da safra, bem como na palhada, grãos e ervas daninhas.

O impacto na qualidade do grão e no rendimento são consideráveis: o percevejo suga a seiva da planta, que para de crescer. Mesmo com a raiz forte, nascem brotos que não produzem.

Com seu estilete bucal, o inseto vai furando as folhas enroladas até atingir o cumo. O problema se agrava quando atinge o sistema da planta, que não consegue se desenvolver mais.

A intensidade do ataque e danos ocasionados por percevejos varia de uma safra para outra. Isso acontece devido a algumas características das espécies que, associadas a fatores de ordem ambiental e de manejo da lavoura, promovem uma variação de amplitude da população desses insetos.

Entre as espécies mais comuns, é preciso ficar atento ao:

  • Percevejo barriga verde

O Dichelops furcatus está entre as espécies que mais geram prejuízos ao milhocultor. Ameaças comuns também nas lavouras de soja, muitas vezes ele passa de uma safra para outra e, até o período da emergência do milho, já teve tempo suficiente para ampliar sua densidade populacional, aumentando a intensidade do ataque à cultura do milho.

Por se tratar de uma espécie que se adequa melhor a temperaturas amenas, os ataques do percevejo barriga verde acontecem de forma mais severa no período da manhã, no fim da tarde e ao longo da noite. Nos horários de temperatura mais quente do dia, os percevejos tendem a se esconder para se proteger.

O ciclo de vida entre o ovo e a fase adulta acontece ao longo de 30 dias. Os ovos da espécie são caracterizados pela cor verde-clara e até o período da eclosão, que acontece entre 4 e 5 dias, escurecem. Com a face dorsal marrom escura e a parte inferior verde, até a fase adulta o percevejo pode medir 10 mm de comprimento.

Os danos são causados pela alimentação dos adultos e ninfas dos percevejos, que consomem as plântulas. Enquanto se alimenta, o percevejo introduz estiletes que fazem as folhas centrais murcharem e secarem completamente. Além disso, promove alterações fisiológicas na planta, interferindo no limbo foliar, causando até o super perfilhamento.

O percevejo pode sobreviver na palhada da lavoura durante um longo período de tempo, sem a necessidade de alimentação. Ele armazena os nutrientes que suga das plantas durante meses e hiberna por um tempo. Os prejuízos causados pelos danos comprometem até 30% quando é realizado o controle imediato, mas podem ocasionar a perda total e a necessidade de replantio da cultura.

  • Percevejo marrom

Outra espécie que pode comprometer a lavoura, o Euschistus heros, mais conhecido como Percevejo Marrom, pode chegar no período de entressafra e sobreviver de plantas daninhas ou até mesmo as cultivadas. Seguem vivos durante o período de baixas temperaturas através da hibernação, até que as temperaturas subam e possam encontrar fontes de alimento para se desenvolver.

Embora seja mais comum nas lavouras de soja, devido às grandes populações que normalmente ocorrem no final do verão, estes insetos têm também atacado a cultura do milho em início de desenvolvimento.

Apesar do seu potencial destrutivo ser menor que o percevejo-barriga-verde, é preciso atenção especial do milhocultor para seu combate.

A fêmea deposita os ovos amarelos nas folhas do milho e o período até a eclosão ocorre em 6 dias. Enquanto se desenvolvem, os ovos passam de amarelo para rosados, até que ocorre a eclosão da ninfa.

Até a vida adulta, a praga permanece em desenvolvimento por até 20 dias. Na fase adulta o percevejo-marrom, pode ter longevidade de até 116 dias e, quando encontra formas de se proteger e encontrar alimentos, pode chegar aos 300 dias.

O maior percentual de danos causados pela praga acontece entre os estágios V1 e V5 do milho, que acontece até 30 dias depois do estádio de emergência da planta, momento em que o controle é crucial e determinante para a dimensão que os prejuízos podem alcançar.

O que contribui para o surgimento do percevejo, em especial no milho safrinha, é:

  • Adoção de sistema de plantio direto;
  • Falhas na dessecação no pré-plantio do milho;
  • Sucessão soja-milho;
  • Plantio de milho Bt e a redução do número de pulverizações para lagarta-do-cartucho do milho, que favorece o percevejo barriga-verde e
  • Plantio de soja Bt e redução do número de pulverizações para complexo de lepidópteros-praga, intensificando os problemas com percevejos que se estenderam para o milho.

As etapas e ferramentas do manejo de controle ao percevejo do milho

O manejo de insetos sugadores como os percevejos demanda medidas integradas, que envolvem o combate e controle de outras pragas, considerando as diferentes fases do desenvolvimento das plantas e as diferentes culturas que fazem parte do sistema produtivo.

A indústria química teve e ainda tem um papel muito importante nos números positivos que o milho tem no Brasil e no mundo. Todas as partes envolvidas desde o plantio até a colheita são essenciais e não é diferente quando se trata da sanidade da planta e das expectativas do produtor em relação a produtividade e qualidade.

Os cuidados para se evitar o ataque de percevejos na lavoura de milho devem ocorrer ainda durante a colheita da soja. O manejo com inseticidas já deve ser iniciado pensando nas consequências dos restos de uma cultura para o desenvolvimento da outra.

Outro ponto importante é a eliminação completa das plantas daninhas, que podem contribuir para a sobrevivência de insetos até o momento do plantio do milho.

O tratamento de sementes é outra ótima ferramenta de manejo de pragas iniciais na cultura do milho. Estudos indicam que a técnica pode reduzir significativamente os danos causados por percevejos nos estádios iniciais da cultura.

Trata-se de um método eficaz de proteção e controle na fase inicial de desenvolvimento da cultura do milho. Mesmo assim, é importante o acompanhamento e monitoramento da pressão de percevejos para adoção de medidas complementares de controle como aplicações pós-iniciais, quando observado dois ou mais insetos por metro quadrado de cultivo.

Depois do plantio, o monitoramento é importante para a realização do manejo eficaz, pois permite que o inseto não surpreenda o produtor. Se identificado somente num período em que a população já está desenvolvida, boa parte da lavoura já foi afetada e o controle a ser realizado vai encontrar ainda mais dificuldades para trazer os resultados esperados.

A partir dele, é possível identificar a ação dos percevejos desde o início da infestação e encontrar o momento propício para intervir, extraindo o melhor do produto que vai combatê-los e zelando pela sanidade da lavoura.

Dicas e Cuidados

Tentar realizar o manejo de controle sem que sejam seguidas as instruções de especialistas e dos produtos gera resultados desastrosos para o combate e controle. Além de aumentar o custo de produção e favorecer a evolução da resistência dos percevejos, tais medidas provocam riscos à saúde e ao ambiente, aumentando os problemas com pragas secundárias de mais difícil controle.

A escolha de um produto que seja eficaz desde a primeira aplicação é um dos itens mais importantes quando o assunto é prevenção e sanidade da lavoura. Com o objetivo de evitar danos severos à produção, um inseticida que age de forma dupla só gera resultados positivos para o produtor. Nesse contexto, a escolha indicada é a de Engeo Pleno® S, da Syngenta.

Melhor ferramenta para as primeiras aplicações, Engeo Pleno® S possui amplo espectro e realiza o controle eficaz dos percevejos. A ação do produto, resultado de seu efeito de choque ainda melhor, pode ser percebida pouco tempo após a aplicação.

Com efeito residual prolongado, o produto tem resultados superiores e duradouros comparados aos disponíveis no mercado tanto no controle de ninfas como de adultos.

Ele se destaca pela eficácia no controle de percevejo no milho com a inovadora tecnologia Zeon, que preserva o ingrediente ativo, controlando a liberação e fazendo com que o defensivo fique mais aderido às plantas.

Tal tecnologia ajuda a manter o efeito de choque, equilibrando a liberação mais controlada do produto.

A aplicação foliar do inseticida, junto a outras boas práticas agrícolas, contribui para a produtividade quando os percevejos do milho são identificados na lavoura. Obter assertividade sobre a mortalidade dos insetos exige que as aplicações sejam feitas no tempo certo, com a quantidade de produto indicada.

Todas as partes do processo de desenvolvimento da cultura, do cultivo à colheita são essenciais, e não é diferente quando se trata da sanidade da planta e das expectativas do produtor em relação a produtividade e qualidade. Afinal, são muitas as ameaças que podem comprometer a lavoura de milho.

O uso de diferentes iniciativas de manejo de pragas contribui para a máxima produtividade e promove a manutenção das tecnologias adotadas.

A Syngenta está junto do agricultor no combate às ameaças do milho e oferece um portfólio completo para o manejo integrado por meio de sua linha de inseticidas.

A empresa conta com a mais avançada biotecnologia do mercado, oferecendo alto potencial produtivo aliado à estabilidade e sanidade de plantas e grãos.

Syngenta e você: conectados dentro e fora do campo.