Após a escassez hídrica em importantes regiões produtoras do grão durante a safra 2021/22, o mês de setembro abre a temporada da produção de milho verão 2022/23 com perspectivas superiores ao último ano.

De acordo com a 10ª Edição do estudo Perspectivas para a Agropecuária 2022/23 da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), estima-se um total de 125,5 milhões de toneladas de milho, sendo esta a maior produção da série histórica da cultura no país, além de um incremento na área plantada de 2,5%.

Isso deve-se às boas expectativas de lucro, mesmo com a elevação dos custos de produção e as interferências climáticas causadas pelo fenômeno La Niña.

Outro ponto de destaque é que existe a projeção de uma leve queda de área de produção nesta primeira safra, com redução de 0,6%, uma vez que o grão concorre com a soja. No entanto, com uma possível recuperação na produtividade após períodos de estiagem, a produção pode chegar a 28,98 milhões de toneladas.

Esses números contribuem para que a safra 2022/23 alcance um novo recorde e supra o mercado interno e externo, haja vista que a projeção de área total das duas safras é estimada em 22,1 milhões de hectares.

Para melhor entendimento, observe a ilustração a seguir:
Infográfico

Perspectivas de mercado

Com as cotações das commodities, percebeu-se uma leve redução dos valores do milho, tanto no mercado internacional como no nacional. Porém, vale ressaltar que os preços continuam rentáveis para a cultura, o que deverá refletir na expansão de área de produção do grão no Brasil, com destaque para a segunda safra (+3,5%). 

Quadro nacional

Com o aumento da produção nacional e provável demanda chinesa, a expectativa é de 44,5 milhões de toneladas no volume exportado. Já em relação à importação, devido a menor necessidade de recomposição da oferta nacional, a aquisição prevista é  de 1,5 milhão de toneladas.

Além disso, as usinas de etanol localizadas no cerrado brasileiro projetam aumento de demanda em 2023, tanto do biocombustível quanto dos grãos secos de destilaria (DDG – Dried Distillers Grains, na sigla em inglês), concentrado proteico, um subproduto da produção que é utilizado na fabricação de ração animal.

Produção e quadro de suprimentos – Mundo

A perspectiva para safra 2022/23 é de comportamento próximo a estabilidade  com redução nos valores negativos de área, produtividade e produção. Na Europa também pode haver redução na produção em razão da escassez hídrica identificada em parte das principais regiões produtoras.

Na média mundial, a evolução de produtividade e área de produção de milho é consideravelmente menos intensa quando comparada ao mercado brasileiro.

Projeção de preços do milho entre agosto/2022 e junho/2023

Com base no modelo econométrico apresentado pela Companhia, após uma amena queda até outubro, houve um leve incremento das cotações até maio e, a partir de então, com a entrada da segunda safra, os preços deverão crescer em um movimento sazonal regular do setor.

Apesar da perspectiva ser de concretização desse cenário, alterações na safra brasileira e mundial poderão desequilibrar os preços entre o limite inferior e superior estimados.

Se é projeção não seria algo futuro? (setembro a junho)
 

Leia também

Mercado de soja e milho no Brasil na safra 2021/22

Plano Safra: cada vez mais verde

O cenário é promissor, mas as cigarrinhas podem atrapalhar o caminho

Apesar da cultura de milho estar em patamares elevados de produção e qualidade, pragas como a cigarrinha-do-milho podem comprometer a lavoura e causar prejuízos ao produtor.

A cigarrinha-do-milho vem preocupando os produtores nas últimas safras, haja vista que é considerada uma praga de difícil controle, podendo dizimar grandes extensões de áreas de cultivo devido à facilidade de sua migração.

É importante ressaltar a preocupação sobre o inseto-praga se infectar e transmitir patógenos conhecidos como molicutes. Estes, por sua vez, são causadores de doenças que podem gerar perdas de mais de 90% na produtividade.

Cigarrinha-do-milho

Isso ocorre quando a cigarrinha, que é um inseto sugador, se alimenta da seiva das plantas, e, ao se alimentar de uma planta doente, contrai os molicutes que infectam suas glândulas salivares e multiplicam-se nos tecidos da praga. As pragas portadoras de molicutes tornam-se, então, transmissoras e, ao sugarem a seiva das plantas sadias, transmitem esses patógenos, que são responsáveis por causarem os enfezamentos pálido e vermelho.

Dessa contaminação podem decorrer grandes perdas de áreas de produção. Entre os prejuízos, estão:

  • descoloração das folhas (que ficam amareladas e avermelhadas);
  • diminuição da qualidade e do tamanho de espigas e grãos;
  • Tombamento.

Para que a cigarrinha-do-milho não comprometa sua lavoura e nem sua rentabilidade, é fundamental adotar medidas que podem evitar ou minimizar os prejuízos causados pela praga. Além do Tratamento de Sementes, que proporciona uma proteção inicial contra cigarrinhas e outros insetos, o monitoramento constante da lavoura também é necessário.

Aplicações foliares de inseticidas com base na amostragem da população da praga também são indicadas, podendo ser feitas cerca de 40 dias após a germinação, se estendendo até o pendoamento.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

Acesse o portal da Syngenta e acompanhe os conteúdos do Mais Agro para saber tudo o que está acontecendo no campo!