Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo.

O preço da soja segue em queda pelo sétimo mês consecutivo, e produtores já não podem mais segurar as vendas para aguardar melhores negociações, uma estratégia adotada por muitos. Com a colheita finalizada, o volume de produção da safra 2022/23 bate recorde histórico, causando problemas de armazenamento, transporte e escoamento nos portos.

O mercado se manteve pouco ativo nos primeiros meses do ano, mas o cenário exige acelerar as vendas, considerando que é preciso liberar os recursos de infraestrutura para receber a segunda safra de milho, que já deve ter alguma intensidade em junho, em determinadas regiões brasileiras.

O atraso da colheita da soja e a oferta maior que a demanda justificam o contexto de lentidão nas comercializações e de baixa nos preços – que caíram quase 20% entre 2 de janeiro e 31 de março –, como analisam os especialistas do Conexão Mais Agro. 

Como o cenário mundial influencia o preço da soja?

Argentina e Uruguai tiveram perdas muito expressivas nas safras de soja, já o Brasil tem safra elevada, assim como EUA, pressionando os prêmios e os preços do grão no Brasil. Com o dólar valorizado, países importadores dão preferência à soja brasileira, que entra no mercado com qualidade e em grande quantidade, apesar do preço baixo.

Assim, a alta produtividade é uma vantagem para o produtor rural, que ainda precisa lidar com os custos de produção elevados para adquirir os insumos necessários para o próximo ciclo. O momento é de escoar a produção, embora os preços da soja nos portos não agradem o sojicultor.

Os prêmios de exportação no porto de Paranaguá alcançaram, em abril, uma das maiores baixas da série histórica do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), e a previsão para o segundo semestre de 2023 é de manutenção da tendência de queda, visto que a entrada da soja estadunidense no mercado internacional não favorece o aumento no valor da saca.

preço da soja

O valor registrado no Cepea até o dia 16 de maio de 2023 foi de R$ 139,85 a saca de 60 kg de soja, contra R$ 193,38 no mesmo mês do ano anterior, uma queda de 27,6%. Esse número representa o menor valor mensal registrado desde meados de 2020, considerando a inflação. A queda nos preços também segue o mesmo padrão para os subprodutos da soja.

O valor da commodity agrícola na bolsa de Chicago também vem apresentando quedas mensais significativas, além de grande diferença para baixo em relação ao valor por bushel negociado em 2022.

Apesar disso, a demanda externa não deixa a desejar, e os produtores precisam aproveitar as oportunidades de negociações para evitar manter os produtos parados, ocupando as estruturas de armazenamento e sobrecarregando ainda mais a infraestrutura de transporte de grãos.

Leia mais:

Safra de soja 2022/23: projeções se confirmam no fim do ciclo?

Podridão de grãos e quebramento das hastes da soja

Reality da Soja: confira cada detalhe da safra de Pierobon

E o sojicultor brasileiro, como fica?

A safra de soja 2022/23 alcançou o incrível número de produção de 154,8 milhões de toneladas, de acordo com o boletim de grãos publicado em maio pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Essa quantidade é o que sustenta a rentabilidade do produtor rural e as previsões positivas para o PIB do agro deste ano, que tem previsão de crescer 11,5%, recuperando-se da baixa verificada em 2022.

Produtores que não realizaram a venda antecipada devem sofrer mais nesse cenário, especialmente diante dos altos custos de produção. De acordo com dados do Cepea, o gasto do agricultor, considerando insumos, sementes, transporte e operação, alcançou R$ 6.000/ha em julho de 2022, mais que o dobro das áreas avaliadas em 2020.

Esse aumento dos gastos se mostrou superior ao faturamento: enquanto os custos aumentaram 37,4%, o faturamento cresceu apenas 6,44%, em 2022. Nesta safra, o cenário é um pouco melhor, graças ao sucesso dos produtores rurais nas lavouras, que conseguiram colher a maior safra da história.

Por fim, a grande quantidade de soja disponível para comercialização confere espaço e flexibilidade para negociar em diversos mercados, de maneira a não deixar o produtor desamparado, ainda que a rentabilidade seja aquém do esperado. Opções alternativas de negociação, como Barter via Nutrade, ajudam a proteger a rentabilidade do sojicultor em momentos como esse, em que o mercado não favorece as oportunidades de vendas.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

Acesse o portal Syngenta e confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo.