Muitos Estados das regiões Norte, Nordeste e grande parte do Centro-Oeste e do Sudeste, foram atingidos com fortes chuvas durante os meses de dezembro e janeiro.

A umidade foi menor no oeste do Estado de São Paulo, sul do Mato Grosso do Sul e no Sul do país. Os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul chegaram a sofrer com a estiagem, fator que contribuiu para que a produção de milho fosse afetada em diversas regiões.

Segundo o último boletim agropecuário, publicado pelo Epagri/Cepa, algumas localidades de Santa Catarina tiveram reduções acima de 40% do potencial produtivo por conta da escassez de chuvas.

Já o levantamento da Emater-RS revelou que houve danos significativos em diversas áreas produtivas no Rio Grande do Sul, indicando perdas que podem atingir 65% da produção prevista no início da safra.

Safra verão: clima impactou as previsões para a temporada?

De acordo com o último boletim da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), publicado no dia 10 de fevereiro, a produção da primeira safra de milho está estimada em 24,43 milhões de toneladas, uma quantidade 1,2% inferior à temporada 2020/2021. Além disso, a atual estimativa apresenta uma queda de 13,73% em relação à previsão inicial, que era de 28,32 milhões.

Conforme consta no relatório, a semeadura da safra verão foi beneficiada pelo clima favorável em quase todo o país que, mesmo com a instabilidade climáticas que se instala no país, contribuiu para o desenvolvimento das lavouras. No entanto, a região Sul e parte do Mato Grosso do Sul foram prejudicadas pela estiagem e altas temperaturas, o que provocou drásticas reduções de produtividade.

Essas informações expressam a instabilidade climática que o país enfrenta. Se por um lado há regiões em que a safra verão foi beneficiada pelas chuvas, por outro, as lavouras que sofreram com a estiagem geraram uma perda muito significativa em âmbito nacional.

Para entender melhor o cenário, trataremos a seguir do contexto das principais regiões produtoras que tiveram déficits por questões climáticas.

Sobre as lavouras da região Sul do Brasil

Produtores na lavoura de milho

No boletim de janeiro, a Conab já havia destacado que a escassez de chuvas em novembro e dezembro afetou os cultivos em momentos críticos da cultura – florescimento e enchimento de grãos – no Paraná, provocando redução no potencial produtivo, sobretudo no oeste do Estado – região mais afetada pela estiagem.

Conforme o relatório deste mês, o cenário continua desfavorecido em razão das condições climáticas. Além disso, a pesquisa revela que, atualmente, 64% das lavouras estão em situações desvantajosas, sendo 39% delas com condições regulares e 25% em circunstâncias ruins.

Em Santa Catarina, a escassez atingiu níveis alarmantes em dezembro, causando preocupação nos agricultores, visto que as lavouras encontram-se na fase da granação – etapa muito vulnerável a estresses hídricos e climáticos. Como mostra o boletim de fevereiro, a produtividade está abaixo do esperado por conta da escassez hídrica no Estado.

Já no Rio Grande do Sul, o período crítico da estiagem – dezembro e janeiro – contribuiu para que as lavouras apresentassem enormes perdas. Nas regiões da fronteira Oeste, Missões, Centro e Planalto médio, os prejuízos variam de 50% a 70% da produtividade. Além disso, há uma alta recorrência de lavouras inteiramente comprometidas.

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Milho safrinha: condições climáticas podem interferir na segunda safra

Colheita de milho

Diversas regiões produtoras estão no começo do plantio do milho safrinha. Diante disso, o clima preocupa agricultores, uma vez que a instabilidade do clima pode interferir no processo produtivo e causar danos às lavouras na fase inicial do plantio.

Alexandre Nascimento, Meteorologista da Rural Clima, destaca que o cenário da região Sul ainda é preocupante, principalmente no Rio Grande do Sul. Ele explica que essa preocupação se deve ao fenômeno La Niña, que, apesar de cada vez mais enfraquecido, “faz com que a chuva, especialmente no centro-sul gaúcho, seja mal distribuída e abaixo da média”.

Por outro lado, no Centro-Norte e Sudeste, em fevereiro, “as chuvas devem ficar dentro do normal, podendo ser acima da média, mas nada comparável a janeiro”, afirma.

Em relação às expectativas para a segunda safra de milho, as projeções são positivas para a cultura. De acordo com o boletim da Conab, estima-se que a produção do milho safrinha 2022 seja de 86.05 milhões de toneladas, 41,7% superior à temporada anterior.

No que diz respeito à área plantada, espera-se um plantio de 15.776 mil hectares, 5,7% a mais em comparação à safra anterior. Segundo o relatório, essa evolução deve-se aos preços atrativos praticados pelo mercado, bem como pela realização do plantio na janela ideal da soja.

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Redação Mais Agro