No dia 7 de outubro é celebrado o Dia Mundial do Algodão. A data vem sendo comemorada anualmente desde 2019, após um pedido feito pelo Cotton-4 (conjunto de países africanos produtores de algodão) às Nações Unidas para sua definição. O objetivo da celebração é sinalizar uma reflexão sobre a importância global do algodão, evidenciando o papel de todos os envolvidos no desenvolvimento da cultura.

Produzido em 75 países, beneficiando mais de 100 milhões de famílias, o algodão é um produto que também promove a sustentabilidade. De acordo com a ABC (Agência Brasileira de Cooperação), do algodão quase nada é desperdiçado, visto que:

  • 46% de seus resíduos tornam-se alimento e ração para animais;

  • 33% da fibra do algodão é usada na indústria têxtil e no vestuário;

  • 27% da casca pode ser usada na produção de combustível, embalagens e fertilizantes;

  • 16% é usado como óleo comestível;

  • 8% vira celulose.

Toda essa versatilidade deve-se ao papel do produtor, cuidando de cada detalhe do cultivo do algodão, do plantio à colheita, para oferecer o melhor ao mercado consumidor.

O algodão no Brasil

O algodão brasileiro ganha destaque por trabalhar com a responsabilidade ambiental e com o desenvolvimento social de suas comunidades, em um processo de produção que gera empregos e entrega um produto de qualidade, sem desperdícios.

Nos últimos 20 anos, o algodão brasileiro alcançou um novo patamar em termos de produção, devido ao investimento constante em tecnologia de manejo aplicada, inovações em pesquisas, profissionalização do produtor, desenvolvimento de cultivares mais adaptados e mecanização das lavouras. Com isso, o Brasil é o quarto maior produtor mundial e um dos principais exportadores de algodão.  O Estado do Mato Grosso destaca-se como o primeiro maior produtor brasileiro, seguido de Estados como Bahia, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Perspectivas 2021/22

Segundo o último relatório de safra (Ago/21), divulgado pela ABRAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), no fechamento da temporada de exportações 2020/21, referente ao período de agosto de 2020 a julho de 2021, o Brasil exportou 2,4 milhões de toneladas, totalizando uma receita de US $3,77 bilhões. O volume embarcado é 23% superior àquele resultante ao longo de todo o ciclo 2019/2020.

Até o final do mês de setembro deste ano, toda a área plantada de algodão será colhida, segundo a ABRAPA, estima-se em 2,4 milhões de toneladas. Sobre a próxima safra, dados da Conab apontam que boa parte da produção estimada já está comercializada, com projeções de crescimento de 13,4% da área a ser plantada na safra 2021/22.

Contudo, para que o cotonicultor mantenha constância de qualidade em sua lavoura de algodão, é necessário um conjunto de medidas para obter bons resultados. Uma delas é estar preparado para os desafios a serem enfrentados no manejo de pragas, doenças e plantas daninhas que podem acometer de forma severa o algodoeiro, refletindo negativamente na produtividade.

Combinação entre controle e produtividade

Ao longo dos anos, a tecnologia agrícola vem ganhando destaque, principalmente, na lavoura de algodão. As inovações vão desde os defensivos agrícolas, as sementes que são geneticamente melhoradas, e também boas práticas culturais e ambientais, resultando em mais produtividade e menor uso de recursos naturais.

A cultura do algodão demanda diversos cuidados, que devem se iniciar antes mesmo da semeadura. A atenção com as condições do solo é extremamente importante, visto que o algodão é uma cultura exigente em qualidade e fertilidade do solo, mesmo sendo de larga adaptação no que se refere às condições edafoclimáticas. Também é necessário estar atento à melhor época para semeadura, considerando as características de cada região.

Outro ponto indispensável para que o algodão expresse seu máximo potencial produtivo é o manejo fitossanitário. O algodoeiro é muito sensível à competição ou à interferência causada pelas plantas daninhas, além de sofrer ataques de diversas pragas e doenças. Nessa perspectiva, um manejo integrado, que envolve diversas práticas para a proteção do algodoeiro, é fator chave de sucesso para a cultura.

Os avanços tecnológicos na cotonicultura estão alicerçados em parâmetros que fazem parte de um manejo integrado, seja de doenças, pragas ou plantas daninhas. Esses avanços passam pela adoção, de maneira conjunta e harmoniosa, de diversas práticas, tais como monitoramento, utilização de cultivares tolerantes, manejo cultural, controle biológico e controle químico.

Também é essencial para os programas de manejo fitossanitário conhecer as características do alvo, para uma tomada de decisão mais assertiva. Dentre as diversas plantas daninhas, pragas e doenças que causam danos na lavoura, podemos citar algumas mais importantes:

  • Pragas

Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis);

Mosca branca (Bemisia tabaci biótipo B);

Pulgão do algodoeiro (Aphis gossypii);

Ácaro rajado (Tetranychus urticae);

Tripes (Frankliniella schultzei);

Percevejo castanho – (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae);

Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens);

Lagarta rosada (Pectinophora gossypiella).

  • Doenças

Ramularia (Ramularia areola);

Ramulose (Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides);

Mancha de alternaria (A. macrospora);

Mancha angular (Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum);

Mancha de mirotécio (Myrothecium roridum);

Mancha-alvo (Corynespora cassiicola).

  • Plantas daninhas

Buva (Conyza spp.)

Corda-de-viola (Ipomoea spp.)

Capim-amargoso (Digitaria insularis)

Caruru (Amaranthus spp.)

Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

Picão-preto (Bidens spp)

Cada uma das diversas espécies de pragas, doenças e plantas daninhas possui suas características, de maneira a afetar a cultura do algodão diferentemente, por isso a lavoura demanda cuidados específicos durante todo o ciclo. Vale reforçar a importância de conhecer cada organismo que habita o ecossistema ao redor das plantas e de realizar o monitoramento da lavoura para a melhor tomada de decisão no momento da escolha das práticas e produtos mais adequados para o contexto avaliado.

Nos programas de manejo fitossanitário, o controle químico se tem mostrado uma ferramenta valiosa, haja vista sua adoção e a permanência de sua aceitação ao longo do tempo.

Com a tecnologia sendo cada vez mais valorizada, os defensivos se modernizaram e estão gradativamente mais específicos para atender a necessidade do produtor, levando à redução nos impactos ao meio ambiente e a soluções cada vez mais eficientes que compõem um manejo competente ao longo de todo o ciclo da cultura.

Outra característica dos produtos inovadores no mercado é a seletividade em relação aos mamíferos e inimigos naturais. Assim, toda essa evolução e tecnologia possui um perfil toxicológico favorável ao ambiente, além de permitir uma redução significativa nas dosagens dos defensivos na cultura do algodão, quando se compara aos produtos utilizados antigamente.

Mesmo diante de tantas facilidades, é fundamental que o produtor saiba a forma correta de utilizá-los no sentido de aumentar a eficiência nos programas de manejo, preservar a qualidade das moléculas e produtos, propiciar que a cultura extraia o seu máximo potencial produtivo, além de resguardar os profissionais envolvidos no processo produtivo e a preservação dos recursos naturais.

O conjunto dessa e de outras práticas ajuda a produzir mais em uma mesma área, colabora na redução do custo da produção, por conta do manejo da lavoura, e diminui tanto a jornada de trabalho quanto a manutenção de equipamentos, entre outros benefícios. 

Mas ainda fica a dúvida: como saber qual o melhor defensivo agrícola? Primeiramente, a orientação de um engenheiro agrônomo é fundamental para se chegar a uma resposta, pois esse profissional auxiliará na decisão do produto mais oportuno para o contexto de cada lavoura, além de orientar o uso correto e seguro desses produtos.

Outro ponto de destaque sobre esse assunto, é que os produtos devem possuir registro nas três instituições federais: ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Uma vez selecionados os melhores produtos, seguindo as recomendações da bula e as orientações de um profissional qualificado, o produtor tem uma ferramenta valiosa no manejo para uma lavoura saudável e produtiva.

A cultura do algodão é de grande importância mundial, e a evolução positiva nos programas de manejo e de defensivos agrícolas faz com que a cotonicultura cresça gradativamente, com qualidade e excelência, sendo cada dia mais expressiva no mercado.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro, tanto em tecnologia quanto em qualidade.

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Redação Mais Agro