Imagine que você queria assistir a um filme e que, simplesmente, você o baixou na internet, por meio de sites de pirataria, infringindo assim, por exemplo, os direitos autorais. Só que, esse site que pareceu ser uma solução fácil no momento, captou suas informações bancárias e fez transações: tirou dinheiro da sua conta, de forma indevida e ilegal. Outra hipótese: um maratonista, que treinou por anos para atingir um alto nível. Após tanto preparo e tanta dedicação, por querer ou mesmo sem querer comprou um tênis falsificado. O calçado se danificou no meio de uma importante prova, atrapalhou o desempenho durante a corrida e, assim, prejudicou o resultado do esportista. O que isso tem a ver com agricultura? Em tese, absolutamente nada. Mas esses dois casos hipotéticos são exemplos de ilegalidade, falsificação e pirataria: práticas a serem repreendidas no trabalho nas lavouras.

Plantar sementes de procedência duvidosa pode dar problema logo na “largada”, pois elas podem não germinar. Já o uso de sementes certificadas, aquelas que têm certificação de origem e são produzidas ou por uma indústria ou por um produtor de sementes registrado, respeitam as regras do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), normas relacionadas sobretudo a vigor e germinação (acima de 85%). Em caso de eventuais problemas com essas sementes, o produtor vai saber a quem recorrer, terá garantias. Já com a utilização de cultivares piratas, o risco é 100% do produtor. Se houver algum problema, será difícil encontrar quem se responsabilize por ele.

O mesmo raciocínio vale para os defensivos. Quem opta pelo uso de inseticidas, fungicidas e herbicidas falsificados corre o risco de eles não controlarem as pragas, doenças e plantas infestantes. Assim, o uso de produto originário de fraude, que inicialmente pode até parecer uma boa opção de custo-benefício, pode se tornar um grande prejuízo, já que eles não cumprem o objetivo. O agricultor que adquire um defensivo falsificado tem só uma certeza: nunca vai saber o que realmente está dentro da embalagem. É como diz o ditado: pode levar gato por lebre.

A utilização de produtos fraudados, além de prejuízo financeiro, tem alto potencial de danos ao meio ambiente e às pessoas. Se não é possível ter certeza sobre a composição desses produtos, quem dirá sobre o potencial de danos deles.

“De forma direta e resumida, podemos dizer que os defensivos falsificados não têm qualidade, não agem de forma eficaz e podem ser impuros, tóxicos e causar fitotoxicidade. Não são seguros para as culturas, para as pessoas e para o meio ambiente. Até as embalagens deles podem não ter qualidade, assim como a tampa das embalagens, que são muito importantes para evitar vazamentos e contaminações. Já os produtos originais são desenvolvidos ao longo de anos, por meio de muita pesquisa, e são testados. Têm qualidade, procedência e garantia. Sobre as embalagens dos originais, elas devem ser devolvidas de forma responsável, evitando danos a pessoas e ao meio ambiente”, explica Fabiana Falleiros Diogo, representante técnica de vendas da Syngenta.

“As fabricantes de defensivos devem seguir uma série de rígidas regras e ser legalizadas. As que produzem os falsificados estão infringindo leis. Quem fabrica, comercializa e compra esses produtos pode ser enquadrado em diferentes crimes, como os ambientais e os de sonegação fiscal. Essas pessoas podem ser autuadas e presas. Os comércios podem ser interditados. Lavouras em que são utilizados esses produtos podem ser destruídas devido a esse uso ilegal. Ou seja, é melhor manter a máxima distância de falsificações, pois há muita chance de o prejuízo ser bem maior do que a promessa de lucro”, complementa a profissional da Syngenta.

Além das falsificações (cópias de produtos vendidas como se fossem os originais, com os mesmos nomes e com embalagens similares), há ainda os casos de contrabando de princípios ativos para a formulação de produtos que não são necessariamente cópias. Produtos fabricados dessa maneira, obviamente, não são registrados. Isso também é crime.

Fabiana dá algumas dicas para o agricultor se prevenir em relação aos produtos ilegais:
• Fazer as compras sempre em revendedores e distribuidoras com licença para o exercício da atividade.
• Prestar atenção nos rótulos, que sempre devem ser em língua portuguesa.
• Prestar atenção nas embalagens e tampas, que não devem estar danificadas ou violadas.
• Exigir a nota fiscal do produto.
• Desconfiar de preços muito atraentes.

Em caso de dúvidas, acione a Central de Atendimento da Syngenta, por telefone com ligação gratuita (0800-7044-304), Whatsapp (11 9-5786-9038) ou email (faleconosco.casa@syngenta.com).

“É muito importante o agricultor saber os riscos que a utilização desses produtos ilegais pode causar, como as perdas de produtividade e a falta de segurança que eles podem ocasionar ao longo do trabalho e mesmo depois da colheita, por conta de resíduos tóxicos que podem deixar na produção. Ter informações sobre os motivos de utilizar produtos originais é muito importante para o agricultor poder se prevenir”, complementa Fabiana.