Atualizado em 23/04/2024.

A perda de produtividade nas lavouras de soja é uma preocupação recorrente dos produtores ao longo do ciclo da cultura, pois o impacto na rentabilidade da safra pode comprometer todo um planejamento de ganhos. 

Os nematoides, por exemplo, são considerados o inimigo oculto da lavoura, já que se encontram, em sua maioria, abaixo do solo e não são visíveis a olho nu. Muitas vezes, os danos causados passam despercebidos por muito tempo, sendo observados, inicialmente, no desenvolvimento das plantas aquém do esperado ou por meio de reboleiras em diferentes pontos da lavoura.

Vale ressaltar que, antes mesmo do surgimento das reboleiras, os nematoides já podem causar grandes prejuízos à cultura, impactando diretamente a produtividade. Quando os danos são aparentes, significa que o sistema radicular foi comprometido a níveis drásticos.

Danos causados pelos nematoides na soja ultrapassam os 27 bilhões de reais

Uma pesquisa inédita, realizada pela Syngenta em parceria com a consultoria Agroconsult e a Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), apontou números preocupantes sobre prejuízos. 

De acordo com o levantamento, já existe uma estimativa de R$ 65 bilhões em perdas por conta de problemas gerados pelo ataque dos nematoides às plantas nas lavouras brasileiras, em diversos cultivos. 

Somente na cultura da soja, hoje, o prejuízo já é de R$ 27,7 bilhões. Isso significa que, a cada 10 safras, uma inteira é perdida para os nematoides.

Segundo a pesquisa, a presença de nematoides nas lavouras brasileiras cresce a cada ano em todos os Estados produtores, inclusive na região Sul. Veja os gráficos abaixo, que apontam as regiões acometidas e o nível de infestação desses vermes:

Aumento da incidência de Nematoides na região sul

A professora e engenheira-agrônoma Claudia Arieira, mestre e doutora na área de nematologia (área destinada ao estudo de espécies, danos e controle de nematoides), falou sobre a incidência desses vermes na região Sul e o quanto eles prejudicam a produtividade das lavouras

1. Por que é difícil identificar que os nematoides são um problema real, que impacta a produtividade das lavouras?

Na região Sul, ainda há um paradigma quanto aos nematoides. Muitas áreas apresentam-se assintomáticas ou com sintomas brandos, especialmente aquelas de solos argilosos e clima ameno. 

Além disso, os danos causados pelos nematoides são mais visíveis em anos com ocorrência de estresses, principalmente hídrico, agravando a situação das lavouras e, consequentemente, as perdas produtivas.

Somados a isso, temos os problemas constantes com fungos de solo, em que o efeito negativo acaba atribuído a outro fator. E, em todo caso, vale destacar que há, sim, problemas sérios com nematoides em toda a região Sul do Brasil que cultiva soja.

2. O que pode ser feito para que o problema com nematoides e seus prejuízos possam ser percebidos nas lavouras?

A ferramenta digital pode ser nossa grande aliada nessa missão. Associada a ela, os trabalhos de levantamento de nematoides e, por fim, a correlação entre esses vermes e a perda de produtividade da área, tendo em vista que, no sul, temos regiões com os maiores potenciais produtivos do Brasil.

3. É possível estimar, em valores ou porcentagens, quanto o produtor perde em produtividade quando não investe no controle dos nematoides?

Uma estimativa precisa é muito difícil, pois existem muitos fatores diretos e indiretos, que podem ir desde perdas menores em áreas assintomáticas (7–10%) até perdas severas (>30%), chegando, então, à perda quase que (ou) total (>70%).

Quais as características dos nematoides? 

Os nematoides são capazes de sobreviver em diversos ambientes e apresentam corpos cilíndricos, não segmentados e que ficam afilados em direção às extremidades.

A maioria das espécies são endoparasitas, ou seja, permanecem no interior das raízes na fase adulta e retiram os nutrientes das plantas, perfurando as células e sugando todo o seu conteúdo. Isso provoca o estabelecimento desuniforme do estande, com plantas que apresentam um menor crescimento que outras.

Entre as principais espécies de nematoides, destacam-se:

  • Nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.): é uma espécie que ataca principalmente a cultura da soja, com sintomas observados por meio de reboleiras com plantas amarelecidas e desenvolvimento abaixo do esperado. Além disso, no sistema radicular, é possível observar um crescimento atípico de células vegetais, que ocasiona ou hiperplasia tecidual, ou hipertrofia celular, formando as galhas, característica do ataque desse nematoide.
  • Nematoide-das-lesões (Pratylenchus brachyurus): é encontrado em várias regiões produtoras do país e pode gerar grande impacto econômico à cultura atacada, em especial o milho. Os principais danos que inflige às plantas são as lesões radiculares, resultantes da alimentação e da movimentação do verme e consequente liberação de toxinas no córtex radicular (interior das raízes). Os danos provocados às raízes ainda funcionam como porta de entrada para fungos e bactérias.
  • Nematoide-do-cisto-da soja (Heterodera glycines): atinge a soja por meio das raízes, que ficam reduzidas e infestadas por minúsculas fêmeas de coloração branca. Essa coloração evolui para amarela e posteriormente marrom, até que a fêmea morre e se transforma em uma estrutura escura, chamada de cisto. Os sintomas do seu ataque aparecem em reboleiras e causam baixo crescimento das plantas por conta das deficiências nutricionais, ocasionando clorose, nanismo e amarelecimento. 
  • Nematoide-reniforme (Rotylenchulus reniformis): esse nematoide ataca principalmente as culturas de soja e algodão, em áreas que realizam a rotação de culturas. Os sintomas são visíveis quando há uma desuniformidade da lavoura com extensas áreas com plantas desenvolvidas aquém do esperado. Outra característica do ataque desse nematoide é a redução das radicelas (raízes secundárias) das plantas, não tendo ocorrência de reboleiras típicas. 
  • Nematoide-espiralado (Helicotylenchus dihystera): é um ectoparasita presente em diversas culturas, mas que tem aumentando sua presença em lavouras de soja. O H. dihystera provoca sintomas muito parecidos com os causados pelo nematoide-das-lesões (P. brachyurus) e sua incidência tem sido frequente nas lavouras de soja, devido ao aumento das populações em áreas cultivadas com grandes culturas, de norte a sul do país.
Reboleiras típicas observadas em lavouras de soja com incidência de nematoides, principalmente o nematoide-de-galhas e nematoide-do-cisto-da-soja.

É possível erradicar os nematoides?

Os nematoides são vermes que, quando estão presentes nas áreas de implantação da lavoura, não podem ser erradicados. Dessa forma, o manejo de controle tem como objetivo manter as populações reduzidas, de forma que não causem um alto nível de dano econômico à cultura. 

Por serem microscópicos e atacarem as raízes, é importante que o controle seja feito no tratamento de sementes, com o uso de soluções nematicidas eficientes para o controle dessas populações. Além disso, a fim de evitar a disseminação dos nematoides, é fundamental adotar boas práticas agrícolas, como: 

  • tratamento de sementes com produtos químicos e biológicos;
  • monitoramento das áreas por meio de ferramentas digitais;
  • uso de cultivares resistentes e sadios;
  • rotação de culturas;
  • limpeza de maquinários e implementos agrícolas.

Controle de nematoides com tratamento de sementes 

Optar pelo tratamento de sementes é uma ótima decisão quando o produtor quer realizar um manejo eficiente para o controle de nematoides nos estádios iniciais da cultura. Além disso, é possível optar por uma solução que também controle pragas e doenças que podem comprometer a produtividade, ampliando a proteção da produtividade das lavouras de soja e das culturas subsequentes, tendo em vista que os nematoides são capazes de causar danos em culturas utilizadas na sucessão à soja.

Protegidas contra as principais ameaças de solo, as sementes tratadas germinam vigorosas e com maior tolerância contra as possíveis interferências de crescimento que acontecem durante o desenvolvimento da cultura. 

Pensando nisso, a Syngenta desenvolveu Avicta® Completo para Tratamento de Sementes Industrial, uma oferta composta por Avicta® 500 FS, Cruiser® 350 FS e Maxim® Advanced.

Com alta eficácia no controle desses parasitas, Avicta® Completo tem se destacado no manejo de nematoides, demonstrando um aumento de mais de 15 vezes na área tratada nas últimas safras de soja. Sua eficiência é atribuída principalmente aos seus ingredientes ativos, que criam uma zona de proteção durante o período em que a cultura está mais suscetível ao ataque dos nematoides. Além disso, oferece uma série de benefícios adicionais:

  • segurança e conveniência: o produtor recebe as sementes prontas para o plantio, com a dose certa, reduzindo os riscos de intoxicação dos operadores por conta da menor exposição aos produtos;
  • tripla proteção: três poderosos produtos que proporcionam eficiência no controle de pragas, doenças e nematoides;
  • estabelecimento do estande: estande mais uniforme, sadio e com o fechamento das entrelinhas mais rápido, se comparado aos resultados de outros tratamentos;
  • custo-benefício: redução de custos tanto operacionais quanto dos relacionados à perda de produção;
  • efeito bioativador: a solução ainda promove um melhor crescimento das plantas, por meio de sua atuação na raiz e na parte aérea.

A especialista Claudia Rother, da Cotrijal, fala sobre Avicta® Completo, uma oferta para o tratamento de sementes presente no portfólio da empresa. Ela destaca a tecnologia de aplicação como uma das grandes vantagens da solução da Syngenta para o controle de pragas, doenças e nematoides no campo. Confira a seguir:

Seja no tratamento de sementes ou em qualquer fase de desenvolvimento da lavoura, conte com o portfólio completo e robusto de produtos Syngenta, que desenvolve tecnologias que auxiliam no controle, na prevenção e em todos os cuidados necessários para manter a sanidade do campo, extraindo o máximo potencial produtivo da cultura. 

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

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