Sobre a Brachiaria

A Brachiaria decumbens é originária da África e tem sido amplamente disseminada pelas regiões tropicais do mundo, devido às suas qualidades como forrageira (Lorenzi & Souza, 2000). Ela se destaca por apresentar excelente adaptação a solos de baixa fertilidade, fácil estabelecimento e considerável produção de biomassa durante o ano, proporcionando excelente cobertura vegetal do solo (Alvim et al., 1990). Pela sua agressividade e resistência, é também considerada importante espécie daninha da maioria das culturas anuais e perenes. O estabelecimento da forrageira com uma cultura consorciada ocorre sob condições de competição entre elas, principalmente em plantio simultâneo.

Brachiaria decumbens apresenta hábito de crescimento prostrado, apesar do fácil estabelecimento e boa adaptação a solos pobres e ácidos. A brachiaria apresenta hábito de crescimento prostrado, com altura média de 50 cm a 100 cm. ela emite grandes quantidade de estolões, bem enraizados e com pontos de crescimento protegidos. Ao contrário da brachiaria ruziziensis, a decumbens apresenta folhas curtas e eretas com bordas planas. Por apresentar um alto vigor vegetativo, compete muito bem com outras plantas, pois apresenta boa tolerância a curtos períodos de estresse hídrico, requerendo 800 mm de água anualmente. Não é tolerante a solos encharcados e tem uma produtividade entre 8 e 10 toneladas de matéria seca por hectare/ano. Destes, aproximadamente 80% são de produção no período das “águas” e 20% na “seca”, o florescimento da espécie é precoce e suas sementes apresentam dormência de até 12 meses. Tal condição, dificulta o controle do banco de sementes do solo e eventual erradicação da espécie.

Culturas afetadas pela Brachiaria decumbens

Abacaxi, Acácia negra, Alface, Algodão, Algodão – dessecação, Algodão – OGM, Algodão S.P.D., Ameixa, Amendoim, Área de pousio, Arroz, Arroz irrigado, Arroz irrigado S.P.D., Arroz S.P.D., Aveia preta, Azevém, Banana, Batata, Cacau, Café, Caju, Cana-de-açúcar, Cana-de-açúcar (em Pós-emergência), Cana-de-açúcar (em Pré-emergência), Cana-de-açúcar (logo após plantio), Cana-de-açúcar (maturação), Cana-de-açúcar (Planta), Cana-de-açúcar (Plantio), Cana-de-açúcar (Soca), Cana-de-açúcar S.P.D., Cebola, Cenoura, Cipó uva, Citrus, Citrus (Pré-plantio), Coco, Crisântemo , Dendê, Ervilha, Eucalipto, Eucalipto (Florestas implantadas), Eucalipto (Implantação da Floresta), Eucalipto S.P.D., Feijão, Feijão dessecação para semente, Feijão S.P.D., Feijão-caupi, Fumo, Girassol, Gladíolo, Goiaba, Grão-de-bico, Lentilha, Maçã, Maçã (Pré-plantio), Mamão, Mandioca, Manga, Melancia, Melão, Milho, Milho – Geneticamente Modificado, Milho S.P.D., Nectarina, Pastagens, Pera, Pêssego, Pimentão, Pinus, Pinus (Florestas implantadas), Pinus (Implantação da Floresta), Reflorestamento, Repolho, Rosa, Seringueira (Floresta implantada), Seringueira (Implantação da Floresta), Soja, Soja – Geneticamente Modificada, Soja CV – Geneticamente modificada, Soja Dessecação, Soja S.P.D., Tomate, Trigo, Trigo S.P.D., Uva, Uva (Pré-plantio).

Danos causados pela Brachiaria

A Brachiaria decumbens pode interferir direta e indiretamente sobre as plantas cultivadas. Diretamente interferem por meio da competição por água, luz e nutrientes, mas também, através da alelopatia e do parasitismo. Indiretamente, as plantas daninhas podem ser hospedeiras de pragas, doenças e nematoides, atrapalham os tratos culturais e podem reduzir a qualidade do produto. Sabe-se que sempre que ocorre o cultivo de mais de uma espécie de planta em um mesmo terreno, pode haver, também, competição por água, luz, nutrientes e espaço. As raízes das culturas concentram-se nos primeiros 30 cm da superfície, onde a braquiária se desenvolve rapidamente pela abundância de luz e nutrientes. Como a relação C/N do resíduo da braquiária pode variar entre 38 e 43 superior à relação C/N de equilíbrio (27), os microorganismos decompositores não dispõem do N necessário na própria biomassa, e, assim, retiram parte do nitrogênio do solo, competindo, em parte, com as culturas. Sendo assim a adubação nitrogenada das culturas precisam ser ajustadas de forma a considerar também esse fator, para não prejudicar a produtividade final.

Métodos de controle da Brachiaria

  • Controle Preventivo

Adotar algumas ações podem reduzir o aparecimento de plantas daninhas na lavoura. São medidas que estão ao alcance do produtor, como a limpeza rigorosa de implementos e maquinário e uso de sementes certificadas.

Essas práticas previnem a entrada de sementes de plantas daninhas no campo de cultivo e impedem que se proliferem.

  • Controle Cultural

O controle cultural consiste na:

  • Escolha de espécies adaptadas à região de plantio

  • Escolha da época de plantio

  • Densidade e no espaçamento entre as plantas

  • Rotação de cultura.

Dentre essas associações de estratégias, temos o plantio direto como base de formação de uma massa de cobertura sobre o solo. A cobertura inibe a emergência de algumas espécies de plantas daninhas (principalmente gramíneas e espécies de ciclo anual) que necessitam mais luz para germinar.

  • Controle Físico

O controle físico pode ser realizado por meio da solarização do solo, com fogo e/ou inundação. Para se fazer a solarização, utiliza-se uma cobertura de polietileno transparente. Com isso, a temperatura do solo aumenta, matando o embrião da planta daninha – a plântula.

Quantidade de luz, umidade do solo, tempo de permanência da cobertura são fatores que influenciam no sucesso da prática.

O uso do fogo eleva a temperatura da planta em um curto espaço de tempo, ocasionando a sua morte. Já na inundação são usadas lâminas de água em espaços abertos no terreno, chamados de tabuleiros ou quadros.

  • Controle Químico

O controle químico de plantas daninhas é feito com uso de defensivos, mais especificamente de herbicidas. É de fundamental importância o conhecimento sobre a dinâmica dos herbicidas e seus diferentes mecanismos de ação na planta invasora.

É preciso saber a dose correta do produto associada à tecnologia de aplicação. o momento correto de aplicação de acordo com o estádio de desenvolvimento da planta daninha e número de aplicações. Muitas vezes é utilizado como tática uma única aplicação ou aplicações sequenciais.

A tecnologia tem otimizado a aplicação de defensivos químicos no campo. O controle químico, hoje, é feito com o uso de pulverizadores tratorizados e aéreos.

  • Controle Mecânico

O controle mecânico de plantas daninhas é feito por meio do arranquio manual ou uso de equipamentos como a enxada e cultivadores (enxada fixa ou rotativa).

Mesmo após a introdução de herbicidas no mercado, o uso desses equipamentos é muito comum. Principalmente em pequenas propriedades, em que o emprego de outros métodos de controle é limitado devido à falta de equipamentos e à topografia do terreno. Já em grandes propriedades, o uso do controle mecânico de plantas daninhas é bastante reduzido, em razão da necessidade de maior agilidade.
 

Produtos Syngenta indicado para o controle de Brachiaria

Grover e ZappQI 620

 

 

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