Os fungicidas utilizados no controle de doenças do café são importantes pois evitam perdas de produtividade e de qualidade. O conhecimento técnico sobre como os fungicidas atuam e quais as combinações que podem favorecer a qualidade dos frutos produzidos é indispensável para o alcance do melhor custo-benefício.

Doenças como a ferrugem-do-cafeeiro e a cercosporiose podem provocar danos que ultrapassam os 50%, reduzindo a produtividade da cultura e impactando diretamente na renda dos produtores.

Além disso, a ocorrência de doenças nos cafezais pode acentuar outros estresses, como o estresse hídrico, por isso a identificação e o controle inteligente, com a escolha dos grupos químicos que possam conferir benefícios para além do controle de doenças, é uma estratégia inteligente e necessária.

Principais doenças que ocorrem nos cafezais 

Embora muitas doenças possam ocorrer nos cafezais, causadas por bactérias, nematoides e fungos, a depender da região produtora, da cultivar e do estádio de desenvolvimento das plantas, algumas são destaque por estarem amplamente distribuídas nas regiões produtoras e pelo potencial de danos.

Ferrugem-do-cafeeiro

A ferrugem-do-cafeeiro, também conhecida como ferrugem-alaranjada, devido a coloração das estruturas fúngicas produzidas pelo patógeno, é causada pelo fungo Hemileia vastatrix. Foi introduzida no Brasil na década de 70, atingindo rapidamente todas as regiões produtoras de café.

Atualmente existem mais de 30 raças do patógeno no mundo. Destas, oito já foram encontradas no Brasil. As condições favoráveis para a sua ocorrência compreendem:

  • temperaturas entre 20 e 24ºC;
  • alta umidade relativa do ar;
  • baixa luminosidade, que pode ser provocada por períodos com ausência de sol ou por plantios muito adensados;
  • alto índice de folhas, por dificultar a passagem de luz e ar entre as plantas, conferindo microclima favorável.

Os sintomas da doença são característicos devido a produção de uma massa de esporos de coloração amarela ou laranja, que pode ser observada na face inferior das folhas. Na face superior, é possível observar uma mancha clorótica (amarelada) em resposta a infecção que está ocorrendo na face oposta.

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Sinais (estruturas do fungo, de coloração amarela/laranja) formados nas lesões já necróticas/escurecidas (estágio avançado da infecção fúngica) em folhas de cafeeiro. Os sinais do fungo de coloração inconfundível é uma das formas de distinguir a ferrugem-do-cafeeiro das demais doenças que acometem a cultura.

Em resposta ao ataque do fungo, ocorre a redução da fotossíntese da planta, isto porque as folhas lesionadas possuem menor área foliar, além de levar também a queda precoce das folhas, que são indispensáveis para a assimilação e translocação de fotoassimilados utilizados no enchimento dos frutos.

O controle da doença é recomendado assim que constatada na área de produção, visto que a disseminação ocorre de forma rápida. Para saber o nível da infestação, a lavoura deve ser dividida em talhões, e os ramos do terço médio da planta devem ser inspecionados (terceiro ou quarto par de folhas).

A amostra por talhão é de 100 folhas inspecionadas em zigue-zag. Posteriormente calcula-se a porcentagem de infecção por meio do número de folhas atacadas em relação ao número total de folhas amostradas.

Cercosporiose

Embora já tenha sido considerada uma doença secundária para a cultura do café em algumas regiões produtoras, a cercospora, também conhecida como cercosporiose, olho pardo, mancha-parda, mancha circular ou olho de pombo, causada pelo fungo Cercospora coffeicola, tem assumido importância significativa para a cultura, ocupando o posto de uma das principais doenças atualmente.

A doença pode ocorrer em todas as fases de desenvolvimento da cultura, desde a produção de mudas no viveiro até o enchimento dos frutos.

Os sintomas da doença são visualizados em folhas e frutos com presença de manchas circulares de coloração castanho-clara a escura, com o centro branco-acinzentado, cujas características lembram a de um olho. Uma das particularidades das manchas observadas é que estas quase sempre estão acompanhadas de halos amarelados que circundam o tecido necrosado e escurecido.

Nos frutos as lesões são deprimidas, de coloração arroxeada-amarronzada, adquirindo coloração escura de acordo com a evolução da infecção. Além disso, em decorrência da infecção, ocorre a maturação forçada e a queda precoce dos frutos, o que impacta na qualidade final da bebida.

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Sintomas característicos da cercosporiose do café: manchas castanhas com centro branco-acinzentado e halo amarelado em torno das lesões arredondadas.

As condições ambientais favoráveis para ocorrência da doença incluem temperaturas de 17ºC e baixa luminosidade, nutrição desequilibrada (excessos ou déficits), acompanhadas de períodos de déficit hídrico. Nestas condições, os esporos produzidos pelo fungo (estruturas reprodutivas) germinam e as hifas produzidas penetram nas folhas, especialmente na face inferior, colonizando rapidamente os tecidos da planta.

A doença promove alterações significativas no metabolismo da planta, interferindo negativamente na fotossíntese. Em mudas de café em formação, a doença prolonga o seu tempo de formação, resultando ainda em qualidade e vigor reduzidos.

Dado o grande potencial de dano de ambas as doenças do café descritas, a observação atenta do cafezal em todas as fases de desenvolvimento, bem como o manejo adequado são fundamentais para reduzir os danos.

Além disso, o conhecimento do histórico da área, ou seja, das doenças que ocorreram em outras safras, a depender das condições ambientais, também é essencial para o planejamento e a adoção das medidas de controle mais adequadas.

Controle de doenças no café

O controle das doenças do café pode ser realizado por meio de diferentes métodos e, sempre que possível, deve-se priorizar o Manejo Integrado de Doenças (MID). O MID consiste na utilização de diferentes métodos de controle de forma conjunta, obtendo resultados mais sustentáveis do ponto de vista econômico, ambiental e social.

Fazem parte do MID:

  • o controle cultural, com eliminação de restos culturais e plantas hospedeiras de doenças na entressafra, incluindo as plantas daninhas, hospedeiras alternativas de doenças. Além disso, realizar adubações equilibradas (especialmente equilíbrio  entre nitrogênio e potássio nas plantas), evitar excesso ou falta de água e outras condições que favorecem a ocorrência de doenças;
  • o controle genético com implantação de cultivares tolerantes ou resistentes às principais doenças que ocorrem no cafezal ou em áreas de produção próximas;
  • o controle biológico com uso de organismos benéficos à cultura e que exerçam controle sobre as doenças que estão ocorrendo na área de produção;
  • o controle químico, que consiste no uso de fungicidas de efeito preventivo, protetor, curativo e/ou erradicante.

A escolha do fungicida ou da combinação de fungicidas mais adequada para o controle é realizada baseada em qual doença ou doenças estão ocorrendo na área de cultivo e de como elas se comportam em relação à sua evolução e agressividade.

No caso da ferrugem, por exemplo, o controle deve iniciar o mais cedo possível, ou seja, ser preventivo, isto porque o patógeno completa inúmeros ciclos em um único cultivo, ou seja, uma população dá origem a outra, que dá origem a outra e assim sucessivamente. Desta forma, a doença progride rapidamente, causando danos acentuados na produção, na produtividade e na qualidade dos frutos do café.

No entanto, além do controle de doenças, alguns grupos químicos podem exercer outros efeitos benéficos aos cultivos, como é o caso dos grupos químicos das estrobilurinas (que agem na respiração celular dos fungos). Desta forma, compreender estes efeitos e como eles podem ser utilizados a favor da produtividade e da qualidade é importante.

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Efeitos dos fungicidas

Os fungicidas são classificados com base no seu modo de ação (processo metabólico do fungo sobre o qual agem), e podem ter ação:

  • preventiva: quando agem inibindo a germinação dos esporos (estruturas reprodutivas do patógeno). A ação preventiva pode ocorrer tanto por meio de fungicidas de contato, que agem apenas externamente aos tecidos da planta, como também por conta de fungicidas sistêmicos (que translocam no interior dos tecidos da planta);
  • curativa: quando agem inibindo a penetração e colonização dos fungos, quando estes já iniciaram o processo de penetração nos tecidos da planta;
  • erradicante: quando atuam diretamente sobre o patógeno, na sua fonte de inóculo. Agem reduzindo a esporulação.

Vale lembrar que um mesmo fungicida pode ter ação preventiva, curativa e/ou erradicante. No entanto, existem opções no mercado que são somente preventivas e somente curativas, e que pertencem a diferentes grupos químicos.

Além do controle de doenças, os fungicidas podem, ainda, desencadear respostas fisiológicas benéficas, como é o caso das estrobilurinas. As estrobilurinas podem aumentar a atividade da enzima nitrato redutase, promovendo o chamado efeito verde, no qual a planta tem incremento na fotossíntese. Além disso, podem atuar retardando a senescência e estimulando a produção de enzimas antioxidantes que contribuem para qualidade dos frutos na pós-colheita.

Outro ponto importante e que deve ser considerado é como os fungicidas se comportam em relação à planta após a aplicação – se tem a capacidade de penetrar nos tecidos e serem transportados no interior da planta, sendo portanto sistêmicos, ou se possuem ação somente na superfície do tecido, como os fungicidas de contato .

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  • alta eficiência pela alta sistemicidade (capacidade de translocar de forma rápida no interior dos tecidos);
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