Quem vive do agronegócio sabe que a cada dia tem um novo desafio a ser superado! O produtor, além de entender do bom manejo para sua fazenda, precisa compreender o negócio como um todo, o que inclui também a gestão administrativa, de forma que possa aproveitar as melhores oportunidades do mercado, proteger-se em momentos mais difíceis e alcançar o máximo em rentabilidade.

Isso porque o cenário no agronegócio é dinâmico e, a cada ano, um novo fator surpresa pode surgir: intempéries climáticas, preços das commodities, custos de produção e os impactos das movimentações da economia no mercado refletem diretamente na performance do negócio rural.

Atualmente, o mundo está diante da falta de insumos ainda como consequência da pandemia da Covid-19. A China enfrenta uma crise energética e toma medidas que afetam a distribuição de produtos agrícolas. Rússia e Ucrânia estão em guerra, influenciando o comércio internacional. Somado a tudo isso, os últimos meses no Brasil têm sido marcados por contrastes climáticos, de maneira que várias regiões produtoras de soja tiveram grandes perdas na produção, como é o caso de diversas localidades da região Sul, que enfrentaram uma severa estiagem. Em outras áreas do país, o excesso de chuvas também chegou a causar perdas pontuais.

Problemas de logística, alta de juros e escassez de produtos no mercado são situações que o produtor poderia não estar esperando, mas que precisam ser enfrentadas para obter boa produtividade e rentabilidade, principalmente em um cenário em que as principais commodities agrícolas batem preços recordes, uma grande oportunidade de lucrar mais.

Preço da commodity VS preço de insumo: entenda como funciona essa relação no agronegócio

Nesses dois últimos anos, os preços das commodities alcançaram elevados patamares, enquanto o custo de produção permaneceu baixo, fazendo com que os produtores obtivessem resultados operacionais recordes. Historicamente, percebemos que existe um atraso para que os preços dos insumos assimilem esta alta dos preços das commodities e fiquem mais caros também. No entanto, o mercado tende a fazer esta correção dos preços, fazendo com que a margem volte aos níveis anteriores, ficando até mesmo mais apertadas durante este período.

Segundo Marina Fusco Piccini, especialista em educação financeira para agronegócio e fundadora do AgroSchool, é importante entender que o mercado de commodities funciona por ciclos e os custos podem acompanhar esses valores com até um ano de atraso.

“O mercado é cíclico e se movimenta o tempo todo, ele cresce, volta para o mesmo nível, depois temos um período de margem mais apertada e assim por diante. Outro fator é que o produtor precisa lidar com a volatilidade do mercado, que pode sofrer constantes mudanças nos preços todos os dias”, explica Piccini.

Por isso, o produtor deve estar sempre preparado para essas mudanças, criando mecanismos para que os impactos com fatores cíclicos e voláteis sejam menores, extraindo o máximo de rentabilidade de sua lavoura, mesmo com as inconstâncias do mercado.

“Tanto o produtor rural de pequeno porte como as grandes companhias agrícolas devem criar esses mecanismos para enfrentar esses ciclos e conseguir manter uma boa margem de lucro ao longo dos anos”, ressalta.

Aspectos fundamentais para a gestão do agronegócio

Rentabilidade do produtor

Diante de todos os pilares em que o produtor deve se apoiar para administrar o desenvolvimento da sua fazenda, podemos destacar três pontos fundamentais para uma boa gestão do seu negócio:

  • Crescimento: todo negócio deveria visar o crescimento. Parte do lucro obtido com o negócio precisa ser reinvestido para que ele permaneça competitivo no mercado. O ponto de atenção é com relação à velocidade do crescimento, que precisa estar alinhada com a capacidade de repagamento dos investimentos realizados. Se um produtor deixa de investir no seu negócio, mesmo tendo condições, aos poucos estará diminuindo o valor do seu negócio. No agronegócio, crescer é mais que uma opção, é essencial.

  • Retorno: avaliar qual o retorno que se está obtendo sobre o capital empatado no negócio. Ou seja, o quanto se tem investido nas lavouras, nas máquinas, na terra e que está gerando resultados para o produtor. Somente medindo os diferentes tipos de retornos é possível tomar decisões de novos investimentos ou de mudanças nas estratégias.

  • Gestão de riscos: trabalhar com agronegócio é ter a certeza de que teremos que lidar com os mais diversos riscos. Existem aqueles que já conhecemos, como pragas, doenças ou problemas climáticos, e tantos outros que afetam diretamente o negócio e que muitas vezes passam despercebidos. Por isso, analise quais riscos precisam ser identificados, limitados, monitorados e corrigidos sempre que necessário. De nada adianta crescer tendo um bom retorno se os riscos não forem bem administrados.

“A análise de rentabilidade tem que estar baseada nessas três premissas para que o produtor não perca dinheiro ou não seja surpreendido por alguma eventualidade”, finaliza Marina.

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Como melhorar a rentabilidade da fazenda

Sabemos que lidar com todas as questões que envolvem o agronegócio não é tarefa fácil para o produtor, mas colocar em prática esses três aspectos sobre administração vai contribuir para o desenvolvimento financeiro saudável da fazenda.

Vale ressaltar que ter um propósito claro e definido sobre o futuro da fazenda é o ponto de partida essencial para aplicar as dicas que destacamos a seguir, com foco no crescimento da rentabilidade. Afinal, ter uma meta definida e traçar os caminhos ideais para atingi-los é a melhor forma para seguir os passos adiante.

Enfim, confira três dicas para melhorar sua rentabilidade, de acordo com a administradora de empresas Marina Piccini:

  1. Liquidez como investimento

Liquidez é tudo aquilo que pode ser rapidamente transformado em dinheiro. Por exemplo, ter um caixa disponível, seja com recursos aplicados em uma poupança, CDB com liquidez diária ou algum outro tipo de aplicação que dê ao produtor a possibilidade de resgate imediato. Pode ser também um estoque de produtos para venda rápida. O importante é enxergar que, tendo liquidez, o produtor pode tanto lidar melhor com situações de aperto quanto aproveitar oportunidades para conseguir melhores condições de negócios em vista.

  1. Precificação das commodities

Acertar a precificação das commodities nem sempre é tarefa fácil, já que há muitos fatores de mercado envolvidos nessa operação. A sugestão para ter mais rentabilidade é ir fracionando as fixações de tempos em tempos, assim é possível garantir as melhores oportunidades combinando com a gestão de risco.

  1. Custos fixos baixos

Como o mercado do agronegócio é cíclico e pode mudar a todo momento, a melhor forma de superar as crises é ter um custo fixo baixo, para manter a eficiência do seu negócio mesmo em épocas de maré baixa. Por isso, é preciso ter disciplina e métricas para fazer um acompanhamento constante e ajustar sempre que necessário.

A especialista em educação financeira para agronegócio realizou uma palestra sobre esse assunto na Expodireto 2022, realizada em março, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, no espaço Mais Agro do estande da Syngenta.

Acompanhe todas as dicas de Piccini assistindo ao vídeo abaixo:

 

Soluções financeiras Syngenta

Entender o seu perfil como produtor, compreender a dinâmica do mercado, manter e acompanhar indicadores do seu negócio é fundamental para que se consiga o equilíbrio necessário para prosperar tanto em cenários mais desafiadores quanto em períodos de maior calmaria. Lembrem-se sempre de que é necessário crescer, com bons retornos, sem descuidar da gestão de riscos.

Atenta às necessidades do produtor, a Syngenta disponibiliza um portfólio de soluções financeiras, com linhas de créditos atrativas para agricultores de cooperativas e revendas, de acordo com a necessidade de cada propriedade rural.

Uma das operações mais conhecidas é o Barter da Syngenta, ferramenta consolidada em culturas como café, soja, milho e algodão, com uma proposta interessante para o produtor adquirir insumos agrícolas.

O objetivo é promover a expansão do setor agrícola, a fim de multiplicar a produtividade e, consequentemente, a rentabilidade das lavouras, impulsionando o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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Redação Mais Agro