Nas últimas décadas, especialmente nos últimos 20 anos, a agricultura mundial deu um salto quando o assunto é produtividade. Essa evolução no campo – que vai desde o preparo do solo até à modernização da colheita – tem origem na grande transformação pela qual as formulações agroquímicas passaram ao longo dos anos para a construção de uma agricultura cada vez mais produtiva e sustentável.

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas mundiais e tem grande destaque na safra de grãos, na qual é considerado o maior produtor e exportador de soja do planeta e atinge altos patamares com a cultura do milho, por exemplo.

De acordo com o segundo levantamento divulgado pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), em novembro de 2021, o volume de produção indica 289,8 milhões de toneladas de grãos para a safra 2021/22, 14,7% ou 37 milhões de toneladas superior ao obtido em 2020/21. Os resultados promissores se devem, principalmente, à cultura da soja, que aponta um crescimento de 3,5% na área cultivada.

Neste cenário, o desenvolvimento das tecnologias voltadas ao manejo de pragas, doenças e plantas daninhas é de grande relevância ao produtor atento à rentabilidade e à produtividade.

Importância das formulações agroquímicas

É a partir de uma formulação agroquímica – com a combinação de diferentes substâncias que visam a estabilidade do princípio ativo – que são desenvolvidas as soluções para uma aplicação segura e eficaz.

No Brasil, o desenvolvimento dessas formulações é normatizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que define os diferentes tipos de formulação e os padrões mínimos de qualidade para cada um deles.

É importante levar em consideração que as propriedades físico-químicas dos ingredientes ativos selecionados para o desenvolvimento de um novo produto é um primeiro fator para determinar o seu tipo de formulação, que, via de regra, podem ser sólidas ou líquidas.

Na imagem abaixo, é possível verificar a complexidade existente nas variadas formulações entre os ingredientes ativos para o desenvolvimento de novos produtos agrícolas.

Infográfico

Legenda: SG (Grânulo Solúvel), SP (Pó Solúvel), SL (Concentrado Solúvel), OD (Dispersão em Óleo), WDG (Grânulo Dispersível), WP (Pó Molhável), SC (Suspensão Concentrada), ZC (Formulação mista SC+CS), EC (Concentrado Emulsionável), EW (Concentrado Aquoso), ME (Microemulsão) e CS (Microencapsulado).

Vale ressaltar que cada formulação confere ao seu ingrediente ativo uma propriedade ou aplicabilidade distinta. Assim, diversos fatores direcionam a escolha pela tecnologia utilizada, buscando ampliar sua eficiência agronômica e mitigar algumas desvantagens relacionadas a determinadas propriedades dos ingredientes ativos, tais como:

  • Alta volatilidade: a volatilização pode ocorrer após a aplicação da solução, o que pode levar ao deslocamento gasoso do produto para outras áreas, caracterizando um tipo de deriva.

  • Fitotoxicidade: as propriedades do agroquímico utilizado podem causar danos visuais à cultura, podendo, também, ocasionar alterações fisiológicas que interferem no metabolismo das plantas.

  • Rápida degradação: processo que pode diminuir consideravelmente o período de ação das formulações sobre os organismos de interesse.

Assim, de maneira geral, os principais fatores associados na escolha por determinado tipo de formulação são:

  • propriedades físico-químicas dos ingredientes ativos;

  • viabilidade econômica;

  • modo de ação do ingrediente ativo;

  • modo de aplicação do produto;

  • toxicidade para organismos vivos e para o meio ambiente;

  • segurança.

Evolução das formulações

É importante lembrar que, num passado recente – cerca de 10 anos atrás –, as formulações se limitavam, basicamente, a três tipos de produtos: Concentrados Emulsionáveis (EC), Concentrados Solúveis (SL) e Pós Molháveis (WP). Essas formulações, junto às Suspensões Concentradas (SC), representam mais de 80% das fórmulas de produtos registradas no Brasil.

O desenvolvimento dessas formulações era pautado apenas na manutenção da estabilidade do ingrediente ativo, e não em sua máxima eficácia. Nos últimos anos, esse cenário mudou e novas fórmulas foram produzidas para se tornarem mais integradas aos produtos biodegradáveis, trazendo resultados superiores no campo, devido à maior seletividade e ao perfil toxicológico mais favorável.

Hoje, as novas tecnologias que vêm sendo introduzidas no mercado integram conceitos mais modernos e seguros para maximizar o efeito do ingrediente ativo, com a possibilidade de mitigar efeitos não desejados, reduzindo, até mesmo, o seu intervalo de aplicação por meio de longo efeito residual.

Outro desafio é combater o grande problema que a resistência de pragas, doenças e plantas daninhas tem causado nas lavouras, exigindo que as novas formulações sejam cada vez mais eficientes dentro do contexto do manejo antirresistência.

Os Comitês de Ação à Resistência ou Resistance Action Committees (FRAC – fungicidas, IRAC – inseticidas e HRAC – herbicidas) são compostos pelas indústrias produtoras de agroquímicos e visam endereçar o tema de resistência de forma consistente, para manter a atividade agrícola produtiva e rentável ao longo do tempo.

Syngenta e o desenvolvimento de novas formulações

Atualmente, empresas que desenvolvem soluções agrícolas estão envolvidas com o dia a dia do campo, e essa proximidade é fundamental para trazer novas formulações de produtos mais efetivos e aderentes às necessidades dos agricultores.

A Syngenta é um exemplo disso: no Brasil, dispõe de um centro de desenvolvimento de tecnologia para a América Latina pensado e direcionado para antecipar as necessidades do produtor. Desta forma, a experiência no campo torna-se mais fluida e eficaz, possibilitando que a lavoura atinja o seu máximo potencial produtivo.

Uma estratégia adotada pela Syngenta é a combinação de ingredientes ativos como uma forma de reinvenção dessas moléculas. Assim é possível trazer resultados mais efetivos e inovações sem precedentes, já que essa associação é muito mais eficaz quando formulada e desenvolvida como mistura pronta, em comparação às combinações feitas em campo ou a chamada mistura em tanque.

Um dos elementos para obtenção destes benefícios é o tamanho e a distribuição de cada partícula, a estabilidade em ampla faixa de pH e a dureza da água, além de componentes inertes que maximizam a estabilidade, tornando as formulações exclusivas, únicas e inovadoras.

Dentre as inovações tecnológicas da Syngenta no desenvolvimento de novas formulações, vale destacar:

Tecnologia Pepite®: o grânulo que envolve o ingrediente ativo possui uma maior porosidade, o que possibilita a formação de um grânulo livre de suspensão de pó durante o manuseio, com maior dispersão e compatibilidade da formulação na calda. Desta forma, essa tecnologia permite uma aplicação conveniente e segura, livre de entupimento de bicos ou problemas de compatibilidade.

Tecnologia Pepite

Legenda: micrografia de uma formulação WDG produzida com a tecnologia Pepite®. Grânulos finamente dispersos e com porosidade, permitindo a não formação de pó no manuseio e a alta dispersão em água.

Tecnologia Zeon: após a aplicação, as microcápsulas da formulação se rompem na planta e liberam o ingrediente ativo de forma controlada, atingindo o alvo de maneira eficaz. Além da ação de choque, esta tecnologia oferece um período maior de controle devido ao longo residual.

Tecnologia ReadyMix: tecnologia que maximiza a eficácia dos ingredientes ativos quando comparados aos seus formulados isolados. Este efeito sinérgico é pronunciado dado a somatória de três fatores principais: a combinação única e inovadora de componentes inertes, a tecnologia de formulação e a manutenção e o equilíbrio dos tamanhos de partículas, possibilitando uma aplicação uniforme e homogênea.

Tecnologia VISIQ™: é uma tecnologia fotoprotetora dos ingredientes ativos capaz de retardar a fotodegradação, proporcionando uma estabilidade prolongada do produto na superfície do solo ou da folha, acarretando em maior tempo para absorção e ação translaminar.

Tecnologia Empowered Control: formulação composta por adjuvantes de última geração, com uma melhor quebra da tensão superficial, garantindo um melhor espalhamento do produto sobre o tecido vegetal. Além disso, essa mesma tecnologia proporciona melhor retenção foliar, permitindo uma maior eficiência na proteção das plantas.

Além dessas tecnologias, a Syngenta é pioneira em outras formulações que compõem seu portfólio completo de produtos e está em constante aperfeiçoamento no desenvolvimento de novas formulações agroquímicas, sempre com o objetivo de trazer as melhores soluções para o produtor no campo.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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Redação Mais Agro