Uma pesquisa inédita, realizada pela Syngenta, em parceria com a consultoria Agroconsult e a Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), apontou números preocupantes sobre prejuízos e perdas decorrentes da ação de nematoides e doenças iniciais em lavouras brasileiras. De acordo com o levantamento, já existe uma estimativa de prejuízo de R$ 65 bilhões, por conta de problemas gerados pelo ataque dos nematoides às plantas, em diversos cultivos.

Sua presença na lavoura é de difícil identificação devido ao seu tamanho microscópico.  De variadas espécies, os nematoides podem parasitar as raízes das plantas, bem como atacar a parte aérea destas.

Nematoides: principais características 

Quando o nematoide ataca a planta, a melhor forma de diagnosticar o seu ataque é a observação do sistema radicular, que fica reduzido. É comum encontrar também reboleiras com plantas atrofiadas e amareladas, indicando a anomalia. 

Já no ataque em solos agrícolas, a movimentação dos nematoides é limitada e o dano se dá diretamente nas raízes. Eles se alimentam de material intracelular e, por meio de estiletes bucais, injetam toxinas nas plantas, comprometendo o desenvolvimento das mesmas e, consequentemente, a produtividade da lavoura. 

Os nematoides estão presentes em todas as plantas cultivadas, atacando, principalmente, grandes culturas, como soja, algodão e milho, sendo que as principais espécies que prejudicam essas culturas são Meloidogyne spp., Heterodera glycines, Pratylenchus brachyurus, Rotylenchulus reniformis e Helicotylenchus dihystera.

Nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.): como o próprio nome diz, são nematoides formadores de galhas, sendo que Meloidogyne incognita e M. javanica são as espécies de principal importância na cultura da soja. Geralmente, o ataque desse nematoide pode ser observado por meio de manchas em reboleiras, com plantas amareladas e menos desenvolvidas.

Nas raízes, seu ataque faz com que haja um crescimento atípico de células vegetais, o que resulta em hiperplasia tecidual ou hipertrofia celular, formando as galhas. No interior dessas estruturas estão as fêmeas do nematoide, que ovipositam nas raízes, formando uma estrutura gelatinosa chamada de massa de ovos. Esses ovos podem eclodir no interior das raízes dando origem a novos juvenis e a novas infecções ou, com a decomposição do sistema radicular, essa massa de ovos irá para o solo iniciando novo ciclo de infestação. Após a eclosão, as formas jovens passam a migrar no solo e atacar as raízes das plantas.

Nematoide-das-lesões (Pratylenchus brachyurus): essa espécie tem grande incidência em todo o país, haja vista que, por ser uma espécie que também ataca a cultura do milho, tem sua reprodução facilitada pela intensificação do sistema de cultivo soja-milho, o que proporciona ambiente favorável à sua ocorrência na maior parte dos meses do ano.

O nematoide-das-lesões, como o próprio nome diz, destrói os tecidos das raízes, causando lesões decorrentes da alimentação e da movimentação do verme dentro dessa estrutura. Com a liberação de toxinas no córtex radicular, causa deformidades que prejudicam o crescimento das plantas.

Além disso, os danos provocados nas raízes servem como porta de entrada para fungos e bactérias, responsáveis por causar infecções e doenças que comprometem a produtividade da lavoura. Esses danos são decorrentes tanto do ataque dessa espécie como das demais.

Nematoide do cisto da soja (Heterodera glycines): o principal sinal visível do ataque do nematoide do cisto da soja é a presença de fêmeas do nematoide, com formato alongado e coloração branca. Essa coloração evolui para amarela e posteriormente marrom, até que a fêmea morre e se transforma em um estrutura escura, chamada de cisto.

Cada cisto pode conter até 500 ovos que, em condições favoráveis, dão origem a formas jovens da espécie, iniciando um novo ciclo de infestação. Esses cistos são extremamente resistentes à diversidade de clima, portanto podem ficar no solo por vários anos, até que a condição climática seja ideal para eclosão e liberação dos juvenis.

A característica que indica grande incidência dessa espécie é o aparecimento de reboleiras, o que provoca uma má absorção de nutrientes e água pela cultura, causando um baixo crescimento das plantas, amarelecimento visível, clorose e nanismo, podendo levar as plantas à morte.

Nematoides reniformes (Rotylenchulus reniformis): o nematoide reniforme se tem tornado cada vez mais frequente em lavouras de soja. Essa espécie também ataca a cultura do algodão, tendo, assim, a sua ocorrência facilitada em regiões de cerrado que cultivam essas duas culturas em sucessão.

Os sintomas causados por R. reniformis são diferentes dos causados por outras espécies de nematoides. Os sintomas são verificados pela expressiva desuniformidade da lavoura, em extensas áreas com plantas subdesenvolvidas, semelhante a casos de deficiência nutricional ou problemas de compactação do solo.

No caso do algodão, o nematoide causa a destruição dos tecidos no interior das raízespor meio do rompimento da camada superficial, com sintomas que incluem clorose, murchamento, necrose e podridão, deixando as plantas vulneráveis à infecção por patógenos. 

Não há ocorrência de reboleiras típicas e, diferentemente de outros nematoides, sua ocorrência não parece ser limitada pela textura do solo, ocorrendo em solos arenosos e argilosos.

A melhor forma de reduzir a população desse nematoide é expor a lavoura a um maior período sem a cultura hospedeira, pois sem raízes e plantas suscetíveis, os vermes ficam sem alimento e morrem por inanição. Além disso, o Tratamento de Sementes nematicida também é uma estratégia eficiente.

Assim que os nematoides são percebidos na lavoura, o foco é a quebra do ciclo, pois a eliminação torna-se algo inviável e o manejo baseia-se na convivência com o verme, de forma que ele não atinja níveis populacionais que ocasionem prejuízos econômicos.

Manejo dos nematoides na lavoura

Para o melhor manejo desse inimigo oculto, é necessário que o controle seja realizado por meio de várias ações agrícolas em conjunto. Entre as boas práticas pode-se destacar: 

  • tratamento de sementes com produtos químicos e biológicos;
  • monitoramento das áreas por meio de ferramentas digitais;
  • uso de cultivares resistentes e sadios;
  • rotação de culturas;
  • limpeza de maquinários e implementos agrícolas.

As estratégias usadas no manejo servem como prevenção e contribuem para uma lavoura saudável e produtiva como um todo. Conviver com nematoides sem prejuízo na produtividade é uma preocupação para o produtor que enfrenta problemas diários no campo e busca elevar o patamar da agricultura brasileira. 

O portfólio de produtos Syngenta é completo e possui soluções desenvolvidas com tecnologias de aplicação eficazes e destinadas ao controle de doenças, pragas e nematoides, o que auxilia o produtor no dia a dia da lavoura. 

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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