A alta incidência do caruru-roxo (Amaranthus hybridus) resistente ao glifosato em lavouras do Sul do país desde a última safra fez soar um alerta entre produtores e engenheiros agrônomos da região. Antes restrito a lavouras nos arredores de Pelotas, no sul do estado do Rio Grande do Sul, o problema já foi identificado em áreas próximas a Ponta Grossa, no Paraná.

Com dimensão igual ou maior que ao da soja e com folhas largas e grande número de sementes, o caruru-roxo é capaz de se espalhar rapidamente pela lavoura, concorrendo com a cultura pelos mesmos nutrientes. Para a doutora em fitossanidade e pesquisadora da área de resistência da Syngenta, Claudia Oliveira, há uma grande probabilidade que esta planta daninha tenha chegado ao local pelo Uruguai ou pela Argentina, países que amargaram perdas totais de certas lavouras recentemente. “O sistema de produção desses países é muito semelhante ao gaúcho, com propriedades de pequeno porte, terras arrendadas e maquinário muitas vezes compartilhado. Isso dificulta o controle e facilita a multiplicação”, observa a pesquisadora.

Inovação e pioneirismo

Atenta aos desafios do produtor em seu dia a dia no campo, a Syngenta desenvolveu o programa Lavoura Limpa. A iniciativa tem como objetivo  controlar o avanço de plantas daninhas em diferentes etapas do cultivo e, assim, evitar que a competição da lavoura com as ervas invasoras cause impactos negativos à produtividade. “A cada desafio novo, o programa vai se aperfeiçoando. É o que está ocorrendo em relação ao Amaranthus hybridus”, ressalta a especialista.

Aos primeiros sinais da resistência do caruru-roxo ao glifosato na região Sul, a Syngenta assumiu o compromisso de desenvolver uma ação imediata a fim de se conter o problema. A iniciativa pioneira se deu por meio da criação de equipes de monitoramento para acompanhar de perto o desenvolvimento da planta, buscando os melhores e mais eficazes meios de controle. Esta é mais uma comprovação do diferencial e importância do programa Lavoura Limpa.

Controle eficaz

Conforme aponta Claudia Oliveira, é essencial que produtores se habituem a utilizar um herbicida pré-emergente antes do plantio da safra, pois esta é a melhor maneira de iniciar o ciclo com segurança, evitando o surgimento da planta daninha. Para isso, a Syngenta recomenda o uso de DUAL GOLD, com excelentes resultados tanto para a cultura da soja quanto para o milho.

“É muito importante uma dessecação bem feita, com aplicação de pré-emergente efetivo. Isso vai garantir plantar no campo limpo e também uma janela maior para se fazer aplicação dentro da lavoura, uma vez que o pós-emergente também é fundamental. Temos exemplos bem sucedidos de controle do caruru-roxo em países como Estados Unidos e Argentina”, destaca a agrônoma.

Quando o herbicida pré-emergente não é ministrado logo no início da safra, há a necessidade de se fazer o monitoramento intensivo da lavoura, a fim de se evitar a reprodução de sementes. Embora seja mais fácil fazer esse controle no inverno, as baixas temperaturas não bastam para eliminar as plantas daninhas. Portanto, como a tendência é de que elas continuem emergindo mesmo em meio ao clima frio, é importante que o produtor esteja bem atento para se garantir o bom desempenho da próxima safra.

Ainda que a incidência do caruru-roxo seja observada apenas na região Sul, é importante que produtores do Centro-Oeste mantenham-se alertas, uma vez que há um intenso trânsito de equipamentos entre a região Sul e Cerrado. “Assim como possivelmente essas sementes tenham vindo da Argentina ou Uruguai para o Rio Grande do Sul, nada impede que ocorra o mesmo fenômeno em direção ao Centro-Oeste”, aponta a especialista.

Produção e Parceria: DNAgro (Canal Rural)