A incidência antecipada da ferrugem asiática nas lavouras de soja da safra 2018/2019 acendeu o alerta para os produtores no fim do ano passado. Em novembro, os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul somavam 55 casos da doença. O que parecia o começo de uma epidemia, no entanto, teve um desfecho diferente ocasionado pela mudança de clima.

“Entre o final de dezembro e início de fevereiro, importantes áreas produtoras do País foram afetadas pelo veranico”, explica Leandro Bessa, gerente de Fungicidas da Syngenta. O clima quente e seco freou o desenvolvimento da ferrugem nessas regiões.

Até o momento foram registrados 313 casos no Consórcio Antiferrugem – iniciativa que monitora os focos da doença no Brasil. As ocorrências se concentram no sul, com predominância no Rio Grande do Sul, que soma 122 casos. “Durante o mês de Dezembro e janeiro, quando outros estados sofriam com a estiagem, produtores gaúchos tiveram vários dias de chuva”, relata Bessa. O clima úmido e quente favoreceu a o alastramento da doença.

O grande volume de chuvas também afetou a aplicação preventiva dos fungicidas em algumas localidades, uma vez que, para a planta receber a aplicação e absorver os produtos, o clima deve ser favorável.

Por outro lado, produtores que enfrentam clima seco em outros estados aumentaram o intervalo entre aplicações e, em certas situações, deixaram de aplicar o produto. “Essa estratégia é prejudicial. É importante manter os intervalos, número de aplicações e doses recomendadas pelo manejo consciente  para evitar o desenvolvimento da doenças e inclusive de populações resistentes”, alerta o especialista da Syngenta.

A ferrugem asiática é a doença de maior impacto na cultura da soja no Brasil. Presente em todas as regiões produtoras, se não controlada, pode causar perdas de 30 a 90% da produção. A forma ideal de controle é através do manejo preventivo. A estratégia faz parte do programa da Syngenta para evitar a possível redução na sensibilidade dos fungos aos defensivos. “Com a doença instalada o controle se torna muito mais difícil. A cada dia que passa a severidade aumenta e a eficiência diminui”, conclui Bessa.

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