O plantio de soja está prestes a iniciar, no entanto, os resultados da última safra – 2021/22 – não foram tão satisfatórios. Com o término da colheita dos últimos talhões, a influência do fenômeno La Niña na região Sul e no Mato Grosso do Sul foi determinante para a redução da produtividade nessas regiões e, consequentemente, da produção total de soja no país.

Segundo dados divulgados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), devido à grande estiagem que ocorreu entre o final do ano passado e o início deste ano, as posições do ranking dos maiores produtores da oleaginosa sofreram alterações na última safra.

Foram semeados 40.950,6 mil hectares, um território 4,5% superior ao da safra 2020/21. A produção obtida foi de 124.047,8 mil toneladas,10,2% inferior em relação à safra anterior e a produtividade média alcançada foi de 3.029 kg/ha, refletindo o déficit hídrico nas regiões já citadas.

Mesmo com as intempéries da estiagem, o topo do ranking de maior produtor de soja do Brasil seguiu inalterado. O Estado do Mato Grosso continuou na primeira posição com 40,7 milhões de toneladas produzidas, um aumento de 11,6% em relação ao ano anterior.

Como é possível ver no gráfico abaixo, o Estado do Mato Grosso se mantém na liderança do ranking dos produtores de soja, além de ter elevado sua produtividade na safra 2021/22.

Infográfico

As alterações no ranking afetaram os demais Estados, especialmente o Rio Grande do Sul, que ocupava o segundo lugar e, após uma queda de 56% nos resultados – passando de 20,7 milhões para 9,1 milhões de toneladas – passou para o quarto lugar na lista de maiores produtores.

Na safra anterior, Goiás estava na quarta posição e agora ocupa a vice-liderança com 16 milhões de toneladas de soja colhida, um aumento de 10% em relação à temporada passada, quando havia atingido 14,5 milhões de toneladas.

Outro Estado que mudou sua posição no ranking foi o Maranhão, subindo do nono para o oitavo lugar, com 3,9 milhões de toneladas de soja produzida. Já o Tocantins vem logo em seguida, com 3,8 milhões de toneladas.

Mesmo com redução de 39% da produção, o Estado do Paraná manteve a terceira colocação com 12,2 milhões de toneladas de soja produzida.

A quebra na safra nacional só não foi mais acentuada pois o Estado de Mato Grosso, beneficiado pelo clima, teve um aumento expressivo, saltando de 36,5 para 40,7 milhões de toneladas.

É importante ressaltar que uma nova safra está chegando e, diante desse cenário, em consequência das intempéries do clima que afetaram a produção, os produtores de soja devem continuar atentos, não apenas às previsões climáticas imediatas, mas também às mudanças previstas a longo prazo.

Soja: por que a maior queda foi na região Sul ?

Em 2021 o Brasil viveu a pior crise hídrica em quase 100 anos, com a falta de chuvas e reservatórios operando em níveis bem abaixo da média, resultado das intempéries climáticas, consequência do fenômeno La Niña. E é claro que a agricultura foi impactada diretamente.

Em janeiro, o Governo do Rio Grande do Sul emitiu um relatório sobre o efeito da estiagem no Estado. Dos 497 municípios, 422 decretaram situação de emergência. Ainda, a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) apontou que essa condição permanece, consecutivamente, desde outubro de 2020. Segundo esse relatório, as classificações utilizadas como seca extrema e seca grave chegariam a 66% do território gaúcho.

La Niña

Esse fenômeno interfere no clima de todas as regiões do Brasil, entretanto, é difícil prever seu comportamento. A exemplo disso, no final do ano passado e início de 2022, o La Niña provocou chuvas intensas e persistentes no Norte e Nordeste do país, como no sul do Estado da Bahia, o que causou enchentes em diversos municípios.

Lavoura de soja

O oposto aconteceu na região Sul do Brasil. Os Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul enfrentaram uma seca severa, com longos períodos sem chuva, especialmente entre os meses de setembro e fevereiro, além de um aumento brusco nas temperaturas diárias.

Diante disso, no caso da soja, o início do plantio da safra 2021/22 – na maioria das regiões produtoras desses Estados – contou com um bom volume de chuvas e ocorreu dentro da janela ideal, porém durante o desenvolvimento da planta, muitas lavouras foram castigadas pela estiagem.

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O agronegócio é um setor que necessita de apoio permanente para superar os desafios exigidos pelos impasses climáticos, como planejamento e novas alternativas que são práticas fundamentais para enfrentar essa situação.

Com a finalidade de expandir suas operações, fazer investimentos, custear a produção e a comercialização dos itens produzidos, uma das opções é o suporte em linhas de crédito e seguro rural. Já a segunda alternativa é a utilização de irrigação, como o sistema de irrigação por gotejamento, que reduz significativamente o consumo de energia se comparado a outros sistemas, além de contribuir para a sustentabilidade e o uso consciente dos recursos naturais como medidas essenciais.

Diante desses obstáculos, a Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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